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Procura-se:PC não acha homem que não aguenta mais ser traído
Por Eduardo Gomes
21/07/2017 - 08:46

Foto: Ilustrativa

No B.O, companheiro chama a mulher de "Fátima Coxadeira"

 

 

Corno é o último a saber, mas o primeiro a reclamar. A sabedoria popular contida nesse ditado não foi o que motivou um homem de 50 anos, morador em Cáceres, que assume a condição de traído, a bater à porta da delegacia da cidade onde registrou um inédito boletim de ocorrência, denunciando sua companheira, a quem chamou de Fátima Coxadeira. Conhecimento da situação ele tinha, tanto assim que se rotulou “corno dos grandes”. O que o levou à polícia foi sua incapacidade de suportar o volume da traição, já que sua companheira chegou ao ponto de fazê-lo presenciá-la nos braços de um Ricardão. 

O boletim de ocorrência foi registrado no Centro Integrado de Segurança e Cidadania (Sisc) de Cáceres, na segunda-feira 17, pela suposta vítima da traição. O agente que o atendeu preencheu o documento como forma de desabafo, pois a infidelidade matrimonial foi descriminalizada. Para que o atendimento satisfizesse o queixoso, o policial reproduziu seu desabafo: Para tentar parar a mulher de dá para outros, tirou o ar (dos pneus) da bicicleta (dela)... Mais adiante o documento registra que o comunicante não aguenta mais tomar chifres na cabeça... que o comunicante assume que é corno dos grandes e que o chifre está doendo. 

O homem que se intitula corno disse ao policial que não é casado, mas que vive há algum tempo com uma “morena bonita e gostosa”, de prenome Fátima. Usando uma gíria cacerense a chamou de Fátima Coxadeira – palavra derivada de coxar, que significa fazer sexo. A qualificação do comunicante não foi revelada pela polícia em Cáceres nem pela Secretaria de Segurança Pública. 

O boletim de ocorrência foi registrado como ocorrência natureza diversa consumada e ganhou repercussão na imprensa nacional. A delegada Regional de Cáceres, Cinthia da Rocha Gomes Cupido, põe em dúvida a sanidade mental do homem que se diz corno. A delegada quer que ele diga à imprensa que o teor do documento foi exigência sua ao policial que o atendeu. Ela observa que seu subordinado agiu corretamente e que policiais não deixam e dar voz aos comunicantes dos boletins de ocorrências, para evitarem problemas com a Corregedoria da instituição. 

“Esse tipo de ocorrência é inédito”, diz a delegada Cinthia. Em Cuiabá a Secretaria de Segurança Pública aguarda análise da Corregedoria da Polícia Civil para saber qual procedimento deve ou não ser adotado em relação ao policial que registrou o boletim. 

Ontem, agentes procuraram o suposto corno, mas não o encontraram, pois o endereço por ele fornecido ao registrar o boletim de ocorrência não existe. A polícia não sabe onde mora Fátima Coxadeira, sua companheira. Esse caso não é prioritário, mas mobiliza parte da Polícia Civil em Cáceres.

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