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Tenente dos bombeiros acusada de morte de aluno em MT apresentou 6 atestados médicos
Por G1 MT
07/08/2017 - 09:31

Foto: arquivo

A tenente do Corpo de Bombeiros, Izadora Ledur de Souza Dechamps, acusada da morte do aluno Rodrigo Patrício Lima Claro, de 21 anos, que passou mal durante um treinamento aquático em novembro de 2016, em Cuiabá, já apresentou seis atestados médicos para tratamento de saúde desde a época em que o caso foi registrado até julho deste ano.

O G1 não localizou a defesa da tenente. Os documentos, publicados no Diário Oficial do Estado (DOE), mostram que Ledur esteve de licença médica entre os dias 25 de novembro e 24 de dezembro de 2016. No segundo atestado, a tenente esteve de licença entre os dias 9 de março de 2017 a 15 de março. O terceiro documento foi apresentado e ela conseguiu se ausentar, novamente para tratamento, entre os dias 20 de março a 18 de maio.

O Corpo de Bombeiros recebeu o quarto atestado médico e Ledur ficou em tratamento entre os dias 15 de maio e 17 de junho. O quinto atestado foi autorizado e a militar se ausentou das atividades entre os dias 18 de junho e 17 de julho. O sexto e último atestado foi recebido pelos bombeiros e Ledur ficará de licença médica entre os dias 18 de julho e 15 de outubro deste ano. O documento foi publicado no DOE do dia 2 de agosto.

No dia 27 de julho a juíza Selma Rosane Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, acatou a denúncia do Ministério Público Estadual (MPE) contra a tenente, que virou ré e passou a responder pelo crime de tortura. Além dela, outros cinco militares dos bombeiros foram denunciados.

Rodrigo Claro

Rodrigo morreu no dia 15 de novembro, após passar mal em uma aula prática na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, na qual a tenente Izadora Ledur atuava como instrutora.

De acordo com a denúncia do MPE, Rodrigo demonstrou dificuldades para desenvolver atividades como flutuação, nado livre e outros exercícios. “Os métodos abusivos praticados pela instrutora consistiram tanto de natureza física, por meio de caldos com afogamento, como de natureza mental utilizando ameaças de desligamento do curso ”, como consta na denúncia.

Ainda segundo o órgão, depoimentos durante a investigação apontam que ele foi submetido a intenso sofrimento físico e mental com uso de violência. A atitude, segundo o MPE, teria sido a forma utilizada pela tenente para punir o aluno pelo mal desempenho.

"Com efeito, verifico que se trata de fato grave, que demonstra crueldade extrema por parte da tenente Izadora e seu total desprezo pelo aluno vitimado. Verifico que há indícios suficientes de autoria e que a materialidade está estampada nos autos, tanto por meio de documentos, quanto pelos depoimentos prestados", diz a juíza na decisão.

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