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Pesquisa comprova contaminação do Córrego da Piraputanta; MP deve pedir embargos de balneários
Por Sinézio Alcântara
26/12/2017 - 10:39

Foto: Sinézio Alcântara

Resultado das análises da água coletada em sete pontos distintos na Bacia Hidrográfica do Córrego da Piraputanga, a 15 quilômetros do perímetro urbano de Cáceres, confirmou o que já era esperado: a água está totalmente contaminada, apresentando alto índice de coliformes totais e Escherichia coli, imprópria para o consumo. A criação de animais, como porcos, aves e bovinos é apontada, pelas análises, como a causa da contaminação. A excreção dos animais é levada pelas chuvas se infiltram no solo e atingem diretamente o curso da água.

A pesquisa foi realizada por técnicos da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) em parceria com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) por recomendação da Promotoria de Justiça Especializada da Bacia Hidrográfica do Alto Paraguai da Comarca de Cáceres, através da promotora Liane Amélia Chaves. O estudo aponta que, além da excreção dos animais, a poluição é decorrente das instalações sanitárias inadequadas das moradias rurais, que podem ser potencialmente contaminantes.

A coleta das sete amostras da água do córrego foram realizadas em três etapas, no dia 24 de fevereiro e 18 e 19 de abril – período da seca – e 9, 10 e 11 de outubro, deste ano – e época da cheia. Nas sete coletas foram constatados valores representativos de coliformes, fósforo entre outros agentes poluidores.

A promotoria informou que aguarda o resultado da última análise  que irá analisar, além da contaminação por coliformes, a possível presença de metais pesados, – sódio, mercúrio, potássio, bário, cálcio entre outros – na água coletada no córrego. Se for constatada a má qualidade da água, em razão da contaminação por um desses elementos, ela diz poderá efetuar a interdição dos balneários da região. “Se isso for constatado, como se acredita, os proprietários serão notificados para proteger a Área de Preservação Permanente. E, podemos, inclusive, interditar os locais”.

Além de coliformes, o teor de fósforo total em todas as sete amostras esteve acima do limite estabelecido pela Resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) nº 357/2015. O aumento da concentração de fósforo iniciou no médio curso da água e o maior valor na sua foz com o rio Paraguai. A presença de fósforo nos corpos d água desencadeia o desenvolvimento de algas ou de plantas aquáticas indesejáveis, podendo conduzir ao processo de eutrofização.

Em relação ao lixão desativado, localizado alguns quilômetros da área, como possível fonte de contaminação, foi descartado. Os resultados das análises indicaram que não há contaminação por essa fonte. Os resultados de cloreto, DBO, nitrato e amônia nas amostras, conforme as análises, estão aquém do limite estabelecido pela legislação. Estes, conforme os estudos, são alguns dos parâmetros traçadores do chorume e que poderiam indicar contaminação.

Conforme a promotora, a situação é preocupante, tendo em vista que existem vários balneários instalados no entorno do referido córrego e o local é ponto visitado com maior frequência pelos moradores.

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