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Corpo de prematuro filho de bolivianos é repatriado
Por Keka Werneck
23/02/2018 - 13:23

Foto: Reprodução/TVCA

 

cônsul da Bolívia em Cáceres, Emílio Tamayo

 

 

 

 

O corpo do recém-nascido brasileiro, filho de um casal boliviano, que nasceu prematuro e morreu no Hospital São Luiz, em Cáceres (225 km a Oeste de Cuabá), já foi repatriado para o país vizinho.

A informação de que a criança foi abandonada no Hospital não procede, de acordo com o cônsul da Bolívia em Cáceres, Emílio Tamayo. O que aconteceu, segundo ele, é que o casal é muito pobre, mora em uma comunidade rural boliviana chamada Candelária. A comunidade fica na região de fronteira a 200 quilômetros de Cáceres. O cônsul explica que apesar da quilometragem não ser muita a estrada até a comunidade é ruim, sem pavimentação. Lá não tem hospital por perto. O mais próximo é o São Luiz, para onde foram, quando a mãe da criança entrou em trabalho de parto. Não se sabe se a mulher fez qualquer acompanhamento pré-natal.

O bebê nasceu prematuro, enfraquecido, com sérios problemas respiratórios. Ficou entubado na UTI. Cinco dias após nascido, faleceu.

Neste meio tempo, entre o nascimento e o óbito, os pais foram avisados de que não poderiam ficar no hospital. Casa de apoio a migrantes os acolheu mas como teriam de apresentar documentos para voltar para casa com o bebê, vivo ou morto, foram à Candelária buscar os papéis exigidos.

"Quando voltaram da viagem, que é demorada, por causa da estrada de chão, tiveram a notícia do óbito do filho. Ficaram tristes, de luto. Nós demos todo nosso apoio para repatriar o corpo, o que foi feito na quarta-feira, dia 21. O bebê já foi sepultado", detalha o cônsul.

Como nasceu em território brasileiro, a criança em questão é brasileira. A certidão de óbito foi expedida por cartório local, com esta naturalidade. Se sobrevivesse, os pais levariam o menino de volta e solicitariam dupla nacionalidade. É isso que ocorre após muitos partos parecidos com este, porém com desfecho positivo.

En 2017, consultado da Bolívia em Cáceres repatriou, durante o ano, 20 corpos de vítimas bolivianas de todas as idades. Todo mês a entidade registra de 1 a 2 ocorrências que exigem o procedimento.

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