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DPE cria grupo de trabalho para acompanhar demandas do sistema prisional
Por Márcia Oliveira
18/04/2018 - 16:56

Foto: assessoria

A atuação da Defensoria Pública de Mato Grosso (DPE/MT) no sistema prisional terá, a partir desta quarta-feira (18/4), o monitoramento de um grupo de trabalho composto por oito defensores públicos que atuam nas áreas criminal, administrativa, corretiva e de direitos humanos. Entre os integrantes do grupo estão o primeiro subdefensor público-geral, Márcio Dorilêo e o corregedor, Cid Borges Filho.

 

A portaria que institui o grupo foi publicada hoje no Diário Oficial, assinada pelo segundo subdefensor-geral, Caio Zumioti, para concentrar demandas do tema, que afetam a atuação de toda a Instituição.

 

A primeira agenda do grupo foi um encontro com a corregedora do Tribunal de Justiça (TJ), desembargadora Maria Aparecida Ribeiro, para solicitar o cumprimento do Provimento número 01/2018, emitido pela Corregedoria do TJ. Ele permite que a Secretaria de Justiça e de Direitos Humanos (SEJUDH) faça a transferência de presos sem necessidade de autorização prévia de um juiz, porém, estabelece regras que não estão sendo cumpridas, afirmam os defensores.

 

Interna (2)O coordenador do Núcleo de Execução Penal da DPE/MT, André Rossignolo, integrante do Grupo de Trabalho, explica que o provimento determina que no prazo de 24 o juiz receba comunicação sobre a situação do preso transferido, qual o processo que responde e a justificativa para a transferência, para que o juiz possa repassar as informações aos advogados e defensores. O defensor lembra, no entanto, que 200 presos foram transferidos para os municípios de Juína e Água Boa e até o momento não os defensores não receberam as informações.

 

“As famílias desses presos pedem informações e não conseguimos atender, pois não sabemos oficialmente onde estão, porque foram transferidos e qual a situação deles. As audiências não podem ser feitas sem a presença do acusado e isso nos impede de garantir as regras do ordenamento jurídico e de fazermos o nosso trabalho”, explicou Rossignolo.

 

A corregedora informou que na sexta-feira (20) terá uma reunião no período da manhã com a equipe da SEJUDH e pediu para que os representantes da DPE participem, para que possam verificar o que está impedindo o trânsito das informações entre as Instituições. Ela se dispôs a fiscalizar o cumprimento do Provimento.

 

“O que recebemos de informações para embasar o nosso procedimento foi que existe um guerra de facções criminosas no Estado, articuladas de dentro dos presídios, e que qualquer informação relacionada a essas pessoas é de extremo sigilo. Mas, como o procedimento pede que, num prazo de 24 horas sejamos informados, vamos verificar o que está acontecendo e dependendo do que for, poderemos rever esse procedimento”, garantiu a corregedora.

 

Interna (5)A portaria que cria o grupo de trabalho pode ser lida aqui. Participaram da reunião a coordenadora do Núcleo Criminal de Cuiabá, Juliana Salvador e a primeira subcorregedora-geral, Alenir Garcia.

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