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Estudante da UFMT cria aplicativo que ajuda na adoção de animais
Por Bianca Fujimori
27/08/2018 - 16:04

Foto: Midianews

Plataforma criada por Eduardo Yamauchi tenta melhorar vida de animais abandonados em todo País

 
 
 
 

O jovem diz estar muito feliz com o aplicativo, mas não pela repercussão e sim por já ter conseguido ajudar a vida de dois cachorros que foram adotados.

 

“Essa está sendo a minha realização pessoal. E fico feliz que seja uma ideia que as pessoas estão gostando porque a gente precisa disso”, confessa Eduardo.

 

Ele também acredita que a tecnologia deve ser utilizada para resolver os problemas sociais e tornar a vida dos brasileiros melhor.

 

“Para mim, a tecnologia tem que ajudar a sociedade. O Brasil é um País com muitos problemas, a tecnologia tem que vir para abraçar esses problemas e ajudar na resolução”, completa.

 

Alair Ribeiro/MidiaNews

Aplicativo Adota Aqui

Eduardo Yamauchi, estudante da Universidade Federal de Mato Grosso, quer facilitar adoções

 

Amor pelos animais

 

O jovem conta que sempre foi engajado nas causas dos animais e sempre se preocupou com a questão de cachorros e gatos abandonados nas ruas.

 

“Vejo que muitas pessoas são muito maldosas, abandonam animais, deixam na rua ou até mesmo não cuidam”.

 

O estudante também percebeu que havia uma grande demanda pela facilitação do processo de adoção dos bichos.

 

“Eu comecei a observar que alguns amigos queriam adotar e tinham certa dificuldade em conseguir achar animais. Assim como eu via que havia pessoas que tinham alguns filhotes de cães ou gatos e não conseguiam encontrar uma pessoa que realizasse essa adoção”, revela.

 

Com isso, ele notou que faltava uma plataforma única para agregar e facilitar o processo.

 

“Não tem uma plataforma que unifica essa parte de adoção. Precisa entrar em Facebook, Instagram ou da maneira convencional que é o boca a boca. Aí por que não desenvolver uma plataforma para gestar todas essas adoções ou encontrar animais que você quer adotar?"

 

Além disso, Eduardo ainda acredita que pode ajudar a solucionar um problema social que começa a atingir Cuiabá.

 

“A coisa dos animais abandonados está começando a virar um problema social realmente grande nas capitais. Há muitos animais sem castração, abandonados, que têm uma ninhada e deixam abandonados. Eles crescem, se reproduzem e acabam se tornando um problema público, social”, afirma.

 

A coordenadora da ong Organização Protetora dos Animais de Mato Grosso (OPA-MT), Michele Scopel, afirma que o aplicativo auxilia na divulgação dos processos de adoção.

 

“Seria apenas mais uma ferramenta de divulgação porque já temos tantas redes sociais hoje em dia”, disse.

 

A OPA possui mais de 125 animais disponíveis em diversos abrigos pelo Município, porém ainda não utilizou a nova plataforma.

 

Preocupações

 

Por ser seu primeiro aplicativo e ainda estar nas fases iniciais, o jovem programador enfrenta algumas dificuldades tanto no processo de desenvolvimento quanto nas próximas atualizações.

 

Em dois meses, durante a produção do Adota Aqui, Eduardo precisou lidar com problemas, porém ele levou isso como um processo de aprendizado.

 

“Fazer um sistema do começo até o fim é um problema. O tempo todo a gente tem desafios, a gente tem problemas, mas a gente é ensinado que com esses problemas é que se aprende”, diz.

 

Porém ele alerta que sua principal preocupação é de que o aplicativo seja usado por pessoas mal intencionadas para o comércio de cães e gatos.

 

“Essa é a minha preocupação número um. Tanto que eu deixo até alertando a respeito da própria venda. É estritamente proibido nesse aplicativo realizar a compra e venda de animais. É apenas e exclusivamente para adoção”.

 

O estudante pretende criar um sistema para que os usuários denunciem a venda na plataforma. Ele diz ainda que vai implantar uma inteligência artificial que vai fiscalizar o comportamento inadequado e banir essas pessoas.

 

“Pretendo ainda melhorar bastante em relação a isso. Nas próximas atualizações terá uma prevenção, um sistema de reporte contra um usuário que está realizando a venda de animais”, revela o programador.

 

A OPA também possui a mesma preocupação. A ong alerta que as pessoas estão em busca de animais que sejam esteticamente bonitos, de raça, com muito pelo, que sejam miniaturas ou gigantes.

 

“O grande problema não são os veículos de divulgação, mas as pessoas que querem adotar, elas exigem demais. Tem que dar chance para os outros animais porque eles transmitem amor igual aos outros”, explica Michele.

 

Alair Ribeiro/MidiaNews

Aplicativo Adota Aqui

Adota Aqui ajuda cães e gatos a encontrarem um lar responsável

Proteção aos animais

 

Em 2017 a Prefeitura aprovou uma lei que prevê a criação de um disque denúncia contra maus-tratos de cães e gatos e da Diretoria de Bem-Estar Animal.

 

O projeto ainda determinou que os animais abandonados ou vítimas de maus-tratos e atropelamentos sejam resgatados e encaminhados para abrigos ou entidades conveniadas e devem, ainda, passar por tratamento médico.

 

A adoção também faz parte da lei. Os adotantes devem assinar um termo de responsabilidade e receberão visitas de autoridades que irão verificar a qualidade de vida do animal.

 

Aqueles que descumprirem a lei poderão ser multados em até R$ 200 mil.

 

Só em julho, duas leis que contribuem para a proteção de animais foram aprovadas em Cuiabá e Mato Grosso.

 

No dia 11, a Assembleia Legislativa aprovou um projeto que proíbe o extermínio de cães e gatos para fins de controle populacional.

 

A lei também determina que Estado e Municípios promovam a identificação desses animais  com microchips implantados na pele para identificá-los, relacioná-los com seu responsável e armazenar dados sobre a saúde deles.

 

Já no dia 28, a Câmara de Cuiabá promulgou a lei que prevê a castração de cães e gatos abandonados, abrigados em lares humildes ou resgatados por protetores independentes e de ongs cadastradas na Prefeitura.

 

A lei também obriga o Município a ampliar o Centro de Zoonoses além de construir uma policlínica animal.

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