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“A educação perde muito com essa guerra ideológica”, diz Dr. Leonardo sobre cortes no MEC
Por Jardel P. Arruda
16/05/2019 - 11:16

Foto: arquivo

O deputado Dr. Leonardo (Solidariedade) lamentou o clima de guerra ideológica que se instalou naquela que deveria ser uma discussão técnica sobre o anunciado corte no orçamento do Ministério da Educação, nesta quarta-feira (15.05). Durante seis horas, o ministro da Educação Abraham Weintraub prestou esclarecimentos, no Plenário da Câmara dos Deputados, sobre a medida que afeta universidades, institutos federais e outras unidades educacionais em todo o Brasil.

De acordo com o parlamentar de Mato Grosso que votou no dia anterior pela convocação do ministro, o encontro não resultou em nenhuma solução concreta para a educação do país.

“Me preocupa o clima de polarização que assola nosso país. Muitos ainda não desceram do palanque, infelizmente. Hoje, recebemos um ministro para falar sobre o corte no orçamento da educação. O que virou? Um confronto polarizado entre situação e oposição. A educação perde muito com essa guerra ideológica. Precisamos focar no futuro do Brasil e deixar esse clima eleitoral de uma vez por todas”, afirmou Dr. Leonardo.

Na avaliação do deputado, é dever do Congresso afastar a guerra ideológica para falar sobre ENEM, Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), formação de professores e outros projetos em prol da educação.

“Sinto falta de uma discussão técnica sobre projetos. Precisamos virar a página e focar nos projetos que vão ajudar a alfabetizar nossas crianças, preparar nossos jovens para o mercado de trabalho e proporcionar uma boa formação superior. Se continuarmos nessa toada que está hoje quem perde é o Brasil”, ressaltou.

Ao apoiar a convocação do ministro, Dr. Leonardo afirmou que essa seria uma oportunidade para sensibilizar o governo para recuar do corte no orçamento. O ministro Abraham Weintraub também disse que o encontro seria uma oportunidade para elucidar informações “distorcidas” que estão gerando mal-estar na sociedade. O balanço, porém, não foi positivo.

“Apesar do desejo de esclarecimento, não se viu nada além de ataques. Não conseguimos respostas, as informações estão muito desencontradas ainda. Continuaremos trabalhando para que o governo recue da medida. Porque educação é prioridade, é a nossa base, e não deveria sofrer qualquer forma de corte ou contingenciamento”, finalizou Dr. Leonardo.

CORTE - No dia 30 de abril, Abraham Weintraub anunciou que a Universidade de Brasília (UnB), a Universidade Federal da Bahia (UFBA) e a Universidade Federal Fluminense (UFF) teriam os repasses bloqueados em 30% por promoverem “balbúrdia”. No mesmo dia, o bloqueio acabou estendido para todas as universidades e institutos federais.

Dados do governo contabilizam o bloqueio de R$ 1,7 bilhão do orçamento de todas as universidades, o que representa 24,84% dos gastos discricionários e 3,43% do orçamento total das federais. O corte, segundo o governo, foi aplicado sobre gastos como água, luz, terceirizados, obras, equipamentos e realização de pesquisas.

O debate com o ministro da Educação coincidiu com manifestações convocadas em todo o país contra o congelamento dos recursos. 

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