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GCCO prende diretor da Penitenciária Central de Cuiabá, sub e três policiais militares
Por Luís Vinícius/Hipernotícias
18/06/2019 - 07:49

Foto: arquivo

diretor da Penitenciária Central do Estado (PCE), Revétrio Francisco da Costa

 

 

Policiais da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) prenderam na manhã desta terça-feira (18) o diretor da Penitenciária Central do Estado (PCE), Revétrio Francisco da Costa, o sub-diretor, Reginaldo, conhecido  como Peixe,  e três policiais militares, em Cuiabá. Eles, de acordo com a Polícia Civil, estariam facilitando a entrada de celulares na unidade. Além deles, outros dois presos tiveram o mandado de prisão cumpridos. 

Revétrio foi preso em sua residência, localizada no bairro Coophema, também na Capital. Ele deverá ser levado à sede do GCCO para prestar depoimento. 

A operação é conduzida pelo delegado Flávio Stringueta.

De acordo com nota distribuída em instantes pela assessoria de imprensa da Polícia Judiciária Civil, no totalestão sendo cumpridos sete mandados de prisão e oito ordens de busca e apreensão, na operação chamada “Assepsia”, deflagrada após investigações da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) sobre a entrada de aparelhos celulares em unidades prisionais do Estado.

Alan Cosme/HNT/HiperNoticias

flavio stringueta/gcco

Delegado Flavio Stringueta coordena as prisões dentro da Operação Assepsia

Os mandados de prisão foram decretados contra cinco servidores públicos e dois internos da Penitenciária Central do Estado (PCE). As 15 ordens judiciais são pela 7ª Vara Criminal de Cuiabá, e foram expedidas depois de representação dos delegados e manifestação favorável do Ministério Público Estado, via o Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO).

ENTENDA O CASO

No dia 6 de junho, na Penitenciária Central do Estado (PCE), foram localizados 86 aparelhos celulares, dezenas de carregadores, chips e fones de ouvido.  Todo o  material estava acondicionado dentro da porta de um freezer, que foi deixado naquela unidade para ser entregue a um dos detentos.

Equipes da GCCO estiveram na PCE e verificaram que não havia nenhum registro de entrada ou mesmo informações acerca da entrega do referido eletrodoméstico.  Diante dos fatos e da inconsistência das informações, todos os agentes penitenciários presentes foram conduzidos até a Gerência e questionados sobre os fatos. No mesmo dia, a autoridade policial determinou a apreensão das imagens do circuito interno de monitoramente da unidade, que foram extraídas por meio da Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec).

Por meio dos depoimentos, da análise das imagens e conteúdo de aparelhos celulares apreendidos e ainda, da realização de diversas diligências, foi possível identificar e comprovar de maneira robusta, que três policiais militares, dentre eles um oficial de carreira, foram os responsáveis pela negociação e entrega do freezer recheado com os celulares. 

Com a ciência do diretor e do subdiretor da unidade, os militares enviaram o aparelho congelador que era destinado a um dos líderes de uma facção criminosa atuante no Estado.

Ao longo das investigações, a Polícia Civil conseguiu comprovar que nomesmo dia, duas horas antes do freezer ser interceptado, os três militares e os diretores da unidade, participaram de uma reunião a portas fechadas com o preso líder da organização criminosa, por mais de uma hora, dentro da sala da direção. "Toda a dinâmica dos fatos foi registrada pelas imagens da unidade prisional”, aponta o relatório da investigação.

No decorrer das investigações, ficou constado ainda que o veículo utilizado para a entrega do freezer, na unidade, pertence a outro reeducando, que também é considerado uma das lideranças da mesma facção. Esse reeducando divide cela com o destinatário do equipamento.

Além das prisões preventivas dos servidores públicos e dos líderes da facção criminosa, serão cumpridas medidas de busca e apreensão nas dependências da Penitenciária Central do Estado.

O inquérito será concluído nos próximos 10 dias. Os investigados poderão responder pelos crimes de integrar organização criminosa, corrupção passiva e ainda por facilitação de entrada de celulares em estabelecimento prisional.

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