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Estudantes de MT que vivem na Bolívia se dizem preocupados com bloqueios
Por José Pereira, TV Centro América
12/11/2019 - 16:48

Foto: Reuters/Marco Bello

Bolivianos protestam contra a reeleição do presidente Evo Morales há mais de 20 dias. Além das aulas, o transporte e alguns serviços essenciais estão suspensos no país, segundo os estudantes.

 
 

As aulas em algumas universidades bolivianas estão suspensas e estudantes mato-grossenses que cursam medicina no país afirmaram que estão com dificuldades de sair de casa devido aos protestos e aos bloqueios nas fronteiras com o Brasil que já duram mais de 20 dias.

Os bolivianos protestam contra a reeleição do presidente Evo Morales, que foi eleito pela quarta vez no dia 20 do mês passado.

Evo Morales renunciou o cargo nesse domingo (10), após uma escalada nas tensões no país. No entanto, os manifestantes afirmaram que sairão da fronteira somente quando acontecer uma nova eleição no país.

 
Manifestantes bloquearam a fronteira no dia 28 de outubro — Foto: José Pereira/TVCAManifestantes bloquearam a fronteira no dia 28 de outubro — Foto: José Pereira/TVCA

Manifestantes bloquearam a fronteira no dia 28 de outubro — Foto: José Pereira/TVCA

 

O estudante Paulo Moreira contou que é de Cuiabá, mas se mudou para a Bolívia para realizar o sonho de cursar medicina. Ele afirmou que, neste momento de crise política no país, o sentimento é de medo.

“Grupos vandalistas estão aproveitando a situação e agindo com violência. Não podemos sair à noite, pois é perigoso. Nossa situação está difícil, principalmente para quem quer voltar ao Brasil”, contou.

Segundo Paulo, além das aulas, o transporte e alguns serviços essenciais estão suspensos.

 

“Nada na cidade funciona. Não sabemos o que vai acontecer, porque as vias terrestres estão fechadas e só temos acesso a voos internacionais, mas fica muito caro. Espero que isso se resolva o quanto antes para voltarmos às aulas e até passar as férias no Brasil”, disse.

 

Outra estudante que se mudou para Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, é Allana Gomes, natural de Tangará da Serra, a 242 km de Cuiabá. Ela afirmou que as principais avenidas da cidade estão bloqueadas e que não tem acesso à universidade há cerca de 20 dias.

“Não estamos tendo aula e não tem como nos locomovermos para esses ambientes de participação de classe. Estamos esperando um parecer oficial para conseguirmos organizar os horários”, explicou.

Allana disse que é possível passar nas fronteiras com o Brasil apenas a pé ou de bicicleta. “Tem muitas cidades em conflito, mas as pessoas aqui se ajudam”, ressaltou.

 
Protesto continua por tempo indeterminado — Foto: José Pereira/TVCAProtesto continua por tempo indeterminado — Foto: José Pereira/TVCA

Protesto continua por tempo indeterminado — Foto: José Pereira/TVCA

 

Economia

 

A fronteira com a Bolívia na BR – 070, região de Cáceres, a 220 km de Cuiabá, bloqueada desde o dia 28 de outubro, tem afetado a economia do município.

O bloquei impede que Cáceres compre ureia para a agricultura, segundo o prefeito Francis Maris Cruz (PSDB). A manifestação também tem prejudicado o comércio da cidade.

Segundo Francis, o município importa ureia da Bolívia e os bolivianos compram produtos de Cáceres.

“Cáceres perde muito com as fronteiras fechadas, pois os vizinhos bolivianos vinham muito para Cáceres fazer compras, principalmente de alimentos”, afirmou.

 

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