Os governos de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná lançaram, ontem (20), o Sistema Integrado de Segurança na Fronteira. Os estados são responsáveis pela fronteira seca do Brasil com outros países da América do Sul. O Termo de Cooperação Mútua foi assinado em Campo Grande (MS).
Em janeiro deste ano, uma primeira reunião foi realizada entre os secretários de Segurança Pública dos três estados. Na ocasião, um termo de cooperação foi assinado para que as informações das inteligências policiais pudessem acessar o banco de dados uns dos outros.
Em fevereiro, as equipes técnicas de segurança de Mato Grosso do Sul e do Paraná estiveram em Cuiabá, quando conheceram o banco de dados já implantado em Mato Grosso. Com a instalação da plataforma, informações sobre crimes ocorridos em um dos Estados, serão acessadas pelos demais.
O governador Pedro Taques ressaltou a importância da interação entre os estados, pois, segundo ele, a segurança não tem fronteiras. “No crime não existem fronteiras, portanto, na segurança também não. O criminoso não se importa em que estado ele poderá ser preso, da mesma forma que a população quer paz, não importando que estado possa garantir isso. Estamos dando um grande passo rumo à efetividade de nossas ações. Não estamos apenas integrados, temos confiança um no outro”, afirmou.
Para o governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, os investimentos nos núcleos de inteligência são o futuro para a efetividade das ações de segurança. “Com essa integração, estamos avançando em uma tela de segurança que vai abranger os três estados. Trata-se de eficiência e interlocução, em busca de maior resultado e efetividade. Trabalhando juntos, os estados ganham, mas quem ganha, principalmente, é a população”.
O superintendente de Inteligência do Paraná, Francisco Caricatti, representando o governador do Estado, Beto Richa, lembrou que a União também deve fazer parte do pacto. “Os estados estão se unindo em busca de ações efetivas, mas precisamos de recursos da União, que é a principal responsável pela fronteira com os países vizinhos. Estamos buscando esse diálogo e nos aproximando para garantir que a fronteira seja um lugar digno de se viver”.
Os três estados dividem, no total, 2.894 quilômetros de fronteira seca com a Bolívia, Paraguai e Argentina. Para o secretário de Segurança de Mato Grosso, Rogers Jarbas, esta também é uma responsabilidade da Nação. “Essa interação entre as agências de inteligência dos Estados é pioneira no país. Precisamos de um crescimento do diálogo a nível estratégico e que os sistemas conversem entre si, independente de quem está no cargo de governador ou secretário. Mais do que discursos, precisamos de recursos, para isso, a União precisa estar neste diálogo e aproximar a relação com os estados e países vizinhos. Estamos em busca disso com essa ação assinada hoje”.
Investimentos - Em Mato Grosso, os investimentos no núcleo de Inteligência da Secretaria de Estado de Segurança Pública aumentaram de R$ 127 mil em 2014, para R$ 13 milhões em 2016. Estes recursos resultaram em índices cada vez mais baixos da criminalidade por todo o Estado. Exemplo disso são os casos de homicídio, reduzidos em 34% neste período, e também a redução em 21% nos casos de roubos e furtos.
“Isso mostra que nossos investimentos não foram em vão. Chamamos 3.663 novos agentes da segurança para nosso Estado. Investimos em coletes, viaturas e armamentos e não vamos parar por aí. Nosso objetivo é mostrar ao Brasil que podemos ter o melhor sistema de segurança do país em quatro anos da nossa gestão”, afirma Pedro Taques.