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Em Cáceres, esposa critica possível promoção de militar investigado por sumiço de pedreiro
Por Bárbara Sá/RDNEWS
28/07/2021 - 14:27

Rubson Farias dos Santos, desaparecido — Foto: arquivo

Em carta aberta, Sidneia de Oliveira, esposa do pedreiro Rubson Farias dos Santos, de 28 anos, desaparecido há quase seis meses após ser levado inconsciente por 6 policiais militares, questiona a possível promoção do soldado Kristian Batista Maia a sargento. Ele está lotado no GAP do 6º Batalhão da PM na cidade e é um dos investigados pelo sumiço de Rubson, que ocorreu em 29 de janeiro.

Na carta, a mulher diz que a família dela não admite que um polícial que invadiu a casa dela, espancou o marido e que ainda o "matou sumindo com o corpo", seja promovido a sargento antes de ser julgado pelo crime. "

Acredito que a OM devia agir com Justiça no fato que causou tanta tristexa e comoção social e protesto na cidade. E que tantos sites repercutiram a notícia. Sei que a PM presta um grande serviço à sociedade, mas tal fato não pode passar impune, gerando tanto transtorno para a instituição e colocando os bons policiais com maus, pela ação dos poucos que não cumprem a lei (sic)", cobra. 
   Além de Kristian são investigados também os militares André Filipe Batista da Silva, Eliezio Francisco Ferreira dos Santos, Jeferson da Silva Leal, João Eduardo Silva e Rodrigo da Silva Brandão. O caso ainda está sob investigação. Por meio de nota a Corregedoria da Polícia Militar ressalta que referente a promoção ainda será avaliada pela Comissão de Promoção de Praças na semana que vem.

"Essa é uma seleção interna e não limita a participação de quem está sendo investigado, porém, a promoção depende de vários requisitos que serão avaliados ainda pela Comissão e caso, não preencha a todos os quesitos, a promoção não será validada.", diz trecho da nota enviada aó 

 

A mulher diz que procurou advogados para saber o que poderia ser feito, uma vez que, para tal promoção, existem pré-requisitos como, no mínimo, ter conceito disciplinar "bom"; ser considerado possuidor de conceito moral; e ter avaliação de desempenho individual satisfatória. 

"Não é possível que com um crime que teve tanta repercussão, mesmo assim ele seja promovido. Parece uma brincadeira com o sentimento da nossa família", afirma. 

Imbróglio

Em maio, a Justiça de Mato Grosso negou a tentativa da defesa dos policiais, investigados

 

no sumiço do pedreiro, de interromper a investigação da Polícia Civil. A defesa dos militares alega que já há um inquérito policial militar em andamento e que, por isso, a investigação da Polícia Civil seria ilegal. O juiz José Eduardo Mariano, da 3º Vara Criminal de Cáceres, negou o pedido.

O delegado responsável pela investigação, Wilson Sousa, disse que vê poucas chances de encontrar Rubson vivo e confirmou que o laudo faz parte da investigação da Polícia Civil e também do Inquérito Policial Militar (IPM) da Corregedoria.

O caso

De acordo com depoimentos, os vizinhos se assustaram com os gritos da vítima. “Socorro, socorro. Me ajudem, eles vão me matar”, teria clamado Rubson, de dentro da casa na rua União. O enteado estava no banheiro e, quando saiu, se assustou com a cena. Diz que havia quatro policiais, sendo que três deles estavam chutando o padrasto. Os militares então perguntaram para o menino, de 13 anos, o que o pedreiro era dele, e levaram o homem.

 

 

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