Estimativa é que 50% da população com mais de 65 anos sofre com quedas

A Associação Médica Brasileira (AMB) estima que, anualmente, 50% da população com mais de 65 anos sofre com quedas. Nesta semana, o ex-presidente José Sarney, com 93 anos, sofreu uma queda em casa e chegou a ser hospitalizado. Fisioterapeuta e professora do IDOMED Fapan, Camila Souza explica que as quedas de idosos podem ter várias causas e, muitas vezes, envolvem vários fatores.

Entre as principais causas das quedas estão a fraqueza muscular e perda de equilíbrio, já que, com o envelhecimento, há uma tendência natural à perda de massa muscular e à diminuição da força. Além disso, alterações na visão e até mesmo o uso de determinados medicamentos podem levar às quedas. “Alguns medicamentos podem causar efeitos colaterais, como tontura, sonolência, confusão ou alterações na pressão arterial, contribuindo para quedas”, explica a fisioterapeuta.

De acordo com Camila Souza, doenças como artrite, doenças neurológicas, osteoporose, doenças cardiovasculares e diabetes podem afetar a mobilidade e a estabilidade, o que torna os idosos mais propensos a cair. O mesmo acontece em relação às alterações no sistema nervoso. O envelhecimento pode levar a alterações que afetam o processamento das informações sensoriais e a capacidade de resposta, o que pode aumentar o risco de quedas. 

Além disso, ambientes inadequados, com obstáculos, tapetes soltos, sem corrimão e até mesmo com iluminação insuficiente, e os calçados utilizados - que podem ser escorregadios ou estar com as solas gastas, também podem contribuir para quedas.

“A queda de idosos em casa pode representar diversos riscos e levar a lesões físicas, complicações de saúde, declínio funcional, perda de confiança, isolamento social e até mesmo a morte. Infelizmente, as quedas podem ser fatais para os idosos, principalmente se ocorrerem lesões graves que não possam ser tratadas adequadamente”, explica a professora do IDOMED.

As quedas podem resultar em fraturas no quadril, punho, coluna vertebral, fêmur e costelas, entre outras lesões. “É importante que qualquer queda seja levada a sério e que o idoso receba atendimento médico imediato, mesmo que não apresente sintomas graves. O tratamento adequado e a reabilitação oportuna podem ajudar a minimizar as complicações e melhorar a recuperação do idoso”, salienta a fisioterapeuta Camila Souza. 

Como evitar quedas

Camila Souza explica que é importante levar em consideração que cada idoso é único e, portanto, tem necessidades específicas. “Prevenir quedas em idosos requer uma abordagem abrangente, que envolva medidas de cuidado e adaptações ao ambiente. É essencial adaptar as estratégias preventivas às condições e limitações individuais”, explica. 

Entre as medidas de prevenção que podem ser adotadas estão a atividade física, modificação do ambiente doméstico para torná-lo mais seguro, uso de calçados adequados e uso de dispositivos de auxílio à mobilidade, tais como bengalas e andadores.