Enem esfria entusiasmo com vagas em medicina
Por Diário de Cuiabá
07/06/2012 - 08:52
A criação de dois novos cursos de medicina na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que trará mais 100 vagas - sendo 40 para o campus de Sinop e 60 para o de Rondonópolis - não foi recebida com maiores expectativas por alunos e professores.
O principal motivo é a implantação do sistema do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) que agora substitui o vestibular. O novo método permite que estudantes de todo o Brasil se candidatem a vagas de outros estados, mesmo tendo feito a prova em suas respectivas cidades.
“Quem quer medicina vai para qualquer lugar. Com o Enem ficou ainda mais complicado ingressar no curso. Além disso, pessoas que vêm de fora do estado geralmente vão embora quando se formam, complicando a situação da saúde aqui”, diz a universitária Liliane Maia Araújo de 21 anos.
A acadêmica passou em 1° lugar no curso de enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), mas seu grande desejo é ser médica. Para isso faz cursinho e já fez nove provas sem desistir do objetivo.
O coordenador do curso e colégio Neo DNA e professor de literatura, Carlos Roberto Leão, compartilha da mesma opinião. “Outra preocupação que envolve o assunto é a qualidade do ensino superior, principalmente no caso da medicina. Para implantar mais vagas é necessário estrutura. Isso não acontece de uma hora para outra”, afirma. Ele ainda pontua que num primeiro momento os alunos podem se animar com a novidade, mas após ingressarem na universidade sofrem com a situação precária do curso.
“Mas para quem tem esse sonho toda a dedicação é válida. A inclusão dessas vagas é consequência do crescimento econômico e populacional de Mato Grosso. O que não se deve nunca esquecer é que a concorrência continua sendo nacional”, conclui Leão.
Segundo o Ministério da Educação e Cultura (MEC) serão oferecidas 2.415 novas vagas em universidades públicas de todo o Brasil a partir do segundo semestre deste ano.