A Polícia Militar já expulsou 22 integrantes este ano por desvios de conduta, cometimento de crimes e outras posturas incompatíveis ao cargo. Somente ontem a PM oficializou a demissão de mais oito policiais. As demissões foram publicadas no Diário Oficial do Estado (DOE). 

Entre os casos mais polêmicos está a demissão do ex-soldado, Fernando Augusto Gomes Bezerra Júnior, condenado, em dezembro de 2014, a 20 anos de prisão pelo assassinato da própria esposa e o primo. 

De acordo com os autos do processo, o crime passional aconteceu após Fernando ter presenciado as duas vítimas com roupas íntimas no sofá da sala da casa dele. 

Após atirar nas duas pessoas com uma arma de fogo, Fernando Augusto fugiu com a filha de três anos. Depois de três dias, ele se apresentou à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), quando devolveu a criança para a família da esposa. 

Consta ainda, na publicação do DOE, o caso do policial militar Valdecir Oliveira Viana, preso em maio de 2012, pelas acusações de envolvimento com o tráfico de drogas no município de Glória D’ Oeste. Conforme a denúncia do MPE, o ex-PM foi autuado pelos crimes de tráfico de drogas, associação para o tráfico e porte ilegal de arma de fogo. Na ocasião as investigações apontaram que o acusado chegou a usar uma viatura da PM para transportar a droga. 

Segundo o processo disciplinar concluído pela Corregedoria da PM, o militar não velou pelos princípios da corporação. “... movido pela ganância e egoísmo em receber vantagens indevidas, deixou de adotar as medidas cabíveis, e ainda não levou a conhecimento das autoridades competentes as irregularidades presenciadas”, diz trecho da publicação. 

O Comando Geral da Polícia Militar de Mato Grosso também demitiu cinco policiais suspeitos de exigirem dinheiro de vítimas ou de outras pessoas acusadas de delitos civis. 

A Corregedoria da PM relatou que os acusados estão respondendo pelos crimes na Justiça, mas, até então, ainda estão em liberdade. 

Em um desses casos a polícia investigou um soldado que teria cobrado a quantia de R$ 2 mil para liberar um homem que foi preso. 

Já em novembro de 2011, a PM prendeu um homem que tentou matar a esposa. Porém, o policial responsável pela prisão teria recebido o pagamento e liberado o suspeito sem fazer qualquer tipo de registro na delegacia. 

Em outro caso, um policial militar que atuava na cidade de Pontes e Lacerda foi demitido por extorsão. Conforme a denúncia, o acusado teria exigido a quantia de R$ 800 para recuperar objetos furtados das vítimas.