Apesar da Justiça Estadual ter considerado ilegal a paralisação dos agentes penitenciários de Mato Grosso, a categoria manteve a greve de cinco dias prevista para iniciar segunda-feira (21).
O secretário geral do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado de Mato Grosso (Sindspen-MT), Ademir da Mata, explica que a entidade não foi notificada por isso manteve decisão de assembleia geral.
Os agentes penitenciários decidiram parar por cinco dias para chamar atenção para a falta de profissionais em serviço. Eles alegam que dos 3 mil efetivos pelo menos 500 estão em serviços administrativos. "Estão enrolando demais com o concurso desde o ano passado", reclama Ademir.
Nesta segunda, de acordo com o Sindspen foram mantidos agentes apenas para fazer saída de preso para audiência admonitória, aquela em que o juiz vai determinar restrições de liberdade e, mediante às quais, autorizar a soltura. Há agentes ainda disponíveis para levar réus a juri e detentos a hospitais, caso tenham problema de saúde.
O desembargador Dirceu dos Santos, autor da decisão que vê ilegalidade no movimento paredista dos agentes penitenciários, entende que eles ocupam posição diferenciada no âmbito do serviço público.
O Estado havia sido notificado sobre a paralisação na última quinta-feira (17) e acionou a Justiça alegando que esta greve poderia trazer riscos à população, já que fragiliza as unidades prisionais e pode facilitar fuga.
Os agentes contra-argumentam que, do jeito que está, a sociedade enfrenta este risco o tempo todo, porque faltam agentes na rotina e quando estão de plantão sozinhos, por exemplo, não conseguem "segurar" uma operação de resgate.
"Já esperávamos por isso, que o Governo recorresse, mas não tão rápido, mas só vamos manter serviços de urgência e emergência, porque nem podemos chamar nova assembleia antes de sermos notificados", diz o sindicalista Ademir da Mata.