Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Um eleitor pede a palavra...
Por por Márcio Lacerda
03/09/2012 - 15:38

O incidente ocorrido nesta semana com a campanha eleitoral envolvendo o Dr. Leonardo Albuquerque, candidato a Prefeito de Cáceres, aliado ao fato de ter acontecido em um centro de formação de inteligência – a UNEMAT e, por uma feliz e oportuna iniciativa do Prof. Doutor Paulo Alberto Vieira. Iniciativa, aliás totalmente adequada à qualidade da formação de seus alunos, qual seja, o debate aberto das ideias para que se possa tomar decisões mais amadurecidas. Conduz a algumas reflexões. A apresentação de um Plano de Governo de outrem como seu, caracterizou crime contra a propriedade intelectual. O Dr. Leonardo poderia até usar o documento, desde que informasse a fonte, até por se tratar de um documento publicado. O grave do ato foi o intuito de enganar. O grave do incidente é o menosprezo à capacidade intelectual e de acesso à informação de nosso povo e particularmente de nossos estudantes universitários. O grave do incidente é a demonstração primária de desconhecimento do que representam Cáceres e sua história – de hoje e de sempre. A revolução provocada pela tecnologia da informação tem promovido em velocidade impressionante, mudanças de comportamento e paradigmas sociais, em todos os segmentos das atividades humanas, sejam elas intelectuais, empresariais, ou de trabalho assalariado e, imprescindivelmente da atividade política e de Estado. A internet – expressão máxima da velocidade da comunicação e uma das causadoras dessas mudanças, possibilitou a criação de inúmeras atividades criminosas, clonagens, cópias, denúncias distorcidas, denúncias falsas, enfim, mas também de inúmeras manifestações positivas de criação e criatividade intelectuais, informação em tempo real, com notícias on line, ao mesmo tempo que desenvolveu métodos e modos para que as pessoas se informem, participem ativamente e se defendam, não é verdade? Se observarmos os fatos marcantes e as mudanças políticas ocorridas no Brasil e no mundo recentemente e transmitidas ao vivo e a cores, tais como o julgamento do caso denominado mensalão no Brasil – onde milhares de e-mail são direcionados aos Ministros do Supremo, bem como, a queda das centenárias ditaduras árabes desencadeadas por grandes movimentos populares que não tiveram à sua frente nenhum grande líder, foram inteiramente mobilizadas pelas redes sociais na internet, como aliás, são também essas famigeradas brigas de gangs e das tais torcidas organizadas. Cáceres, no bojo dessa nova realidade sedia duas instituições públicas de ensino superior, além de várias outras privadas. É, portanto, um centro gerador de inteligência e produção de conhecimento. Cáceres nasceu há 234 anos fruto de uma decisão estratégica de Estado e de defesa do território nacional e não apenas como fruto de migração motivada por questões sociais ou oportunidades econômicas. Cáceres nasceu como produto da informação e do conhecimento que Portugal detinha sobre a reação dos espanhóis, da hoje vizinha Bolívia, ante o avanço territorial português. Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres, quarto Governador e Capitão General de Capitania de Mato Grosso chegou a Vila Bela da Santíssima Trindade com a missão estratégica de inteligência – de guarnecer e consolidar as novas fronteiras. Com sua ousadia, determinação e capacidade de dirigente fundou não apenas Cáceres, mas também, Ladário, Corumbá e Forte Coimbra, hoje MS e não só. Poconé, Casalvasco e o Forte Príncipe da Beira, hoje Rondônia, também fazem parte deste empreendimento. Esta cidade, como Vila Bela da Santíssima Trindade garantiu historicamente o território nacional e acolheu a todos os brasileiros e estrangeiros que para cá vieram de braços, coração e casa abertos – a todos indistintamente. O senhor Leonardo tem atribuído o marasmo desta cidade ao coronelismo das famílias cacerenses. As famílias, que esta indigitada campanha retalia e calunia grosseira e graciosamente se abriram para ser as famílias de todos os cacerenses, os que aqui nasceram e aqueles que para cá vieram e nos escolheram como seus novos conterrâneos. Como tratamos de internet e informação esclarecemos ao ilustre candidato e ao seu competente marketeiro que talvez não saibam, como não sabiam que Cáceres e Santo André são realidades muito distintas, informamos a título de colaboração. Desde de 1980, com a nomeação do cuiabano Ivo Scaff, pelo então governador Frederico Campos, até esta data, ou seja, há 32 anos, tão somente o falecido Prefeito Antonio Fontes e seu filho Túlio, atual prefeito, são de família cacerense. Todos os outros são oriundos de outros estados e todos foram acolhidos, integrados e prestigiados, inclusive na honrosa condição de prefeitos. Isto é, sem a menor distinção, sem ninguém lhes perguntar se eram cacerenses ou não. Cáceres recebeu a todas as famílias, inclusive a sua, a que famílias o senhor afinal se refere? A história política de uma região é uma das fontes principais do vínculo com o passado e da sua projeção com o futuro, uma das formas de tornar o presente menos prisioneiro de si mesmo e da dose de cegueira que acomete cada época, quando olha apenas para si mesmo. Tenho orgulho de fazer parte de uma família cacerense e a honra de, em nome de toda sociedade matogrossense ter sido partícipe do grande esforço de construção da história política e da reconstrução da democracia em nosso país, como Deputado Estadual, Federal, Senador Constituinte e Vice-governador e, contribuir com a ampliação do presente e de projetá-la no futuro do nosso país, criando inclusive condições para que todos possam se tornar herdeiros deste manancial de cidadania.
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