Conhecer os benefícios da implantação de hidrovia enquanto opção de transporte de pessoas e de cargas, debater os possíveis impactos ambientais e avaliar a proposta de trazer a Hidrovia Paraguai-Paraná a Mato Grosso são alguns dos objetivos da participação do deputado estadual Dr. Leonardo (PSD) no “Fórum de Discussões Hidroviárias e Portuárias: Perspectivas e Soluções”, que será realizado nesta terça-feira (07/02), em Curitiba (PR).
Dr. Leonardo é entusiasta do movimento de levar para Cáceres (MT) a referida hidrovia, que hoje chega a Corumbá (MS), passando pelo Paraná, comunicando o Brasil aos países Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai, permitindo o acesso ao oceano Pacífico por dentro da América do Sul, ao invés de buscar portos no litoral do país, a exemplo de São Paulo.
O Fórum de Discussões Hidroviárias e Portuárias está sendo realizado pelo Instituto Tecnológico de Transportes e Infraestrutura da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e do Conselho Nacional de Praticagem. Haverá palestras de representantes da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) do governo federal, da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), do Conselho Nacional de Praticagem (Conapra), do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), entre outros.
A CST da Hidrovia Paraguai-Paraná
A Assembleia Legislativa de Mato Grosso aprovou a criação da Câmara Setorial Temática (CST) da Hidrovia Paraguai-Paraná, que deve ser implantada no próximo mês de março, para avaliar os potenciais benefícios de estender a hidrovia até Cáceres, especialmente economicamente, e estudar os possíveis impactos negativos da aquavia, considerando a fauna e flora pantaneira. Além do deputado Dr. Leonardo, vão compor a CST representantes da sociedade civil organizada, incluindo membros da produção agropecuária, ambientalistas e da Associação Pró-Hidrovia Paraguai - Paraná (APH).
A organizadora da Câmara Setorial Temática da Hidrovia Paraguai-Paraná, Magna Stella Quaresma, garantiu que o custo de transporte por essa via seria de apenas 17% do necessário para uso de rodovias, considerando combustíveis – grande interesse para escoamento da produção agrícola. Segundo a planejadora, para levar a hidrovia até Cáceres não será preciso muita adaptação, já que não há interrupção entre os rios, não há demanda de eclusas (canais para transporte de embarcações em caso de desnível) e há largura e profundidade suficientes para a passagem dos grandes barcos.
Stella explicou que a CST quer questionar se a hidrovia vai prejudicar o Pantanal. "A hidrovia vai trazer desenvolvimento econômico para Cáceres e região? Há planejamento para receber as transformações sociais com o advento da hidrovia?”, questiona Stella.
Para o deputado defensor da causa, a integração da hidrovia irá beneficiar diretamente 250 mil habitantes da região e indiretamente todo o estado, sonho de muitos mato-grossenses há mais de 30 anos.