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Mesmo na crise, a Unemat produziu resultados em 2017
Por Lygia Lima | Assessoria Unemat
28/12/2017 - 08:57

Foto: assessoria

Que 2017 foi um ano muito difícil ninguém discorda. Apesar das crises nacionais financeira e política e dos desdobramentos que assolam o país, a Universidade do Estado de Mato Grosso avançou em diversos aspectos. A reitora da Unemat, Profa. Dra. Ana Di Renzo, faz nessa entrevista uma análise dos pontos positivos e das perspectivas para 2018.

 

 

 

Unemat: Quais as principais dificuldades enfrentadas pela Instituição nesse ano que se encerra?

Reitora: Bem, as dificuldades foram muitas, sobretudo da ordem financeira. A Unemat teve sua autonomia orçamentária conquistada em 2013, o que tem garantido uma relação com o orçamento de mais confiança para sua sobrevivência. Dessa forma, o artigo 246 da Constituição Estadual nos possibilita uma certa segurança com o planejamento de nossas ações. O problema é que ainda não temos a autonomia financeira, uma vez que dependemos dos repasses mensais para custeio e investimento, posto que a folha de pagamento fica assegurada de saída pelo Estado. Neste modelo de governo, os recursos para manutenção e investimento recaem sobre a conta única do estado, uma vez que não conquistamos ainda a autonomia financeira e administrativa através da criação de uma conta própria já em discussão no interior da universidade. Em virtude da crise econômica, o Estado não tem honrado com os repasses a partir do mês de junho, o que gerou graves problemas como o atraso no pagamento das empresas que terceirizam limpeza e vigilância, bolsas estágios e bolsas auxilio alimentação e moradia, pagamento de diversos fornecedores que prestam serviços a nossa instituição, como também as empreiteiras licitadas para construção de várias obras em todos os campus, dentre outras.

Unemat: Quais seriam essas dificuldades e como elas estão sendo sanadas?

Reitora: Como já destacadas acima, as dificuldades enfrentadas em decorrência do não repasse financeiro pelo estado geraram diversos momentos de paralização das atividades, atitude legítima, uma vez que o que é direito deve ser preservado. Entretanto, estas atitudes não são o desejo da comunidade acadêmica que gostaria de exercer suas tarefas em harmonia com as mínimas condições de trabalho, o que não tem acontecido. Ressalta-se que estamos findando o ano de 2017 sem findar o ano letivo. Obviamente que isso traz diversos transtornos, desde a não execução de diversos projetos a interrupção das aulas. É de responsabilidade dos gestores o empenho no sentido de assegurar a garantia desses repasses, fazendo cobranças a SEFAZ, a Casa Civil e ao próprio Governador. Razão pela qual temos passado a maior parte do tempo em Cuiabá, cobrando diariamente o que é de direito da instituição compreendida em 2,4% da RCL prescrito para o ano de 2017. Além disso, temos reunido com todos os diretores de Campus para socialização e tomadas de posição em conjunto. Temos notificado tanto a SEFAZ, Casa Civil, SEPLAN, além de vários parlamentares da Assembleia Legislativa, etc., uma vez que temos um valor considerável de despesas liquidadas e precisamos fechar o ano. Temos a expectativa de que com os recursos financeiros advindos da aprovação do FEX reponha o caixa do Estado e este repasse aos vinculados, regularizando a situação. Não tenham dúvida de que estamos atentos e providenciando ações caso não tenhamos nossas dívidas quitadas.

Unemat: Mas, 2017, só foi um ano difícil ou  tem  também motivos para comemorar?

Reitora: Como bem destacado, 2017 foi está sendo muito difícil sim, mas a Unemat teve várias conquistas ao longo do ano. Hoje temos em andamento mais de 30 obras licitadas, algumas já em fase de conclusão, e 02 delas inauguradas. Em 2018, queremos entregar muitas dessas obras de infraestrutura necessárias para a Unemat. São obras construídas com recursos próprios, de emenda parlamentar e, sobretudo, com recursos federais conquistados por grupos de professores na FINEP, por exemplo. Um retorno grandioso, fruto da qualificação deles nossos professores e técnicos. É importante lembrar que essas obras estão espalhadas em todos os câmpus da Unemat.

Unemat:  Além das obras em andamento, a senhora gostaria de destacar algumas outras ações?

Reitora: Certamente. Nesse ano, a sociedade recebeu 2095 acadêmicos formados; mais 120 acadêmicos indígenas; mais 170 mestres formados pelos nossos programas; mais 50 doutores formados pelos nossos programas e nos programas em rede; produzimos mais 30 livros, publicamos mais 263 artigos em revistas de qualidade elevada; finalizamos o nosso Planejamento Estratégico Participativo – PEP da universidade como um todo e dos câmpus; realizamos o 3º Congresso Universitário. Estamos, também, em fase de implantação do Sistema de Autenticação Unificada (SAU) que vai garantir para toda a comunidade acadêmica a integração e a agilidade nos sistemas da universidade, além do acesso a diversos benefícios do Google como o armazenamento ilimitado na nuvem. Igualmente em fase de implantação, o Sistema Integrado de Gestão Acadêmica (SIGAA) que integrará toda a nossa base de dados, entre outras ações. Comemora-se neste ano de 2017, a defesa de tese do primeiro acadêmico em nível de doutorado do Programa de Mestrado e Doutorado em Estudos Literários do campus de Tangará da Serra; concedemos o primeiro título de doutor honoris causa ao bispo Dom Pedro Casaldáliga, muito atuante no campus do Médio Araguaia-Luciara em reconhecimento a sua defesa pela Unemat e pela Educação na região do Araguaia. Por fim, aprovamos mais um programa de mestrado profissional: Gestão e Regulação de Recursos Hídricos – ProfÁgua.

Unemat:  Nos últimos anos, a Instituição vem buscando valorizar o protagonismo estudantil incentivando criação de ligas, atléticas, agências juniores, o empreendedorismo. Essas ações já começam a dar resultados?

Reitora: Sem sombra de dúvida, o mundo tem mudado muito e com ele novas perspectivas de ação tem sido criadas. Nisto, é preciso pensar as novas formas de ensinar e aprender. É preciso pensar novas formas de empregabilidade que são exigências da sociedade atual. Hoje os cursos de engenharias da Unemat em seus diversos câmpus já estão organizados em Atléticas, o curso de Medicina instituiu as Ligas Acadêmicas; além disso, acadêmicos de diversos cursos tem criado empresas Juniores, algumas mistas que integram mais de um curso, o que tem produzido bons resultados. Algumas dessas empresas estão fazendo projetos de engenharia, por exemplo, que atendem a própria universidade. Nossos acadêmicos foram vencedores em 05 eventos do Programa ‘Células Empreendedoras’ que despertam o protagonismo estudantil como forma de se apresentar para o trabalho. Lembramos também a valiosíssima participação da Unemat no Projeto Rondon tanto no estado de Mato Grosso quanto em Rondônia através do campus de Barra do Bugres, além da participação em cinco caravanas da transformação com projetos e atendimentos ao público. 

Unemat: E para 2018, quais são as perspectivas?

Reitora: Nossa esperança e desejo é que 2018 seja um ano melhor para que possamos comemorar o aniversario de 40 anos da Unemat em um clima mais tranquilo. Queremos inaugurar a maioria de nossas obras; implantar e/ou dar início ao previsto para 2018 das ações resultantes do Congresso Universitário; apresentar o projeto de criação da politica de assistência estudantil do estado de Mato Grosso aos parlamentares para tramitação na Assembleia Legislativa, enfim, inúmeras outras ações para que a Unemat cumpra seu papel com zelo e ética. Queremos que seja um ano festivo bem mais produtivo, que não precisemos recorrer a paralização de nossas ações em prol do cumprimento dos nossos direitos, enfim, que continuemos firmes e fortes na luta em defesa da Educação Pública e de qualidade. Que todos nós tenhamos reabastecidas as nossas forças para trabalharmos dignamente e formamos cidadãos cada vez mais comprometidos com a sociedade mais igualitária. Um excelente ano de 2018 a todos! Muito obrigada, em nome da UNEMAT, a toda sociedade mato-grossense que nos defendeu em 2017! Viva a Unemat, patrimônio do povo de Mato Grosso!!!

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