Nos últimos cinco anos foram registrados 629 afastamentos de PM’s para tratamento médico por causas como estresse, doenças comportamentais e transtornos
Começou nesta segunda-feira (18.03), em Cuiabá, o 4º Ciclo de Assistência Social, Saúde e Bem-Estar da PMMT, um evento que trata da saúde física, mental e financeira dos policiais mato-grossenses.
Até a próxima sexta-feira (22), policiais de diversas unidades de Cuiabá, Várzea Grande e outros municípios vizinhos freqüentam aulas e assistem palestras com temas como: ‘O estresse ocupacional na PMMT’, ‘Transtornos mentais e comportamentos suicidas’,‘Sedentarismo e os efeitos da prática de atividade física na qualidade de vida’, e ‘A importância da ética e moral nas relações humanas’, entre outros.
Nos últimos cinco anos, 629 PMs, uma média de 125 ao ano, se afastaram das atividades laborais para tratamento médico por causa do estresse e de doenças comportamentais e transtornos, segundo estatística do serviço de Perícia Médica do Estado.
O coordenador de Assistência Social da PM, major Diego Tocantins, diz que por meio de aulas e palestras com especialistas, entre os quais psiquiatras, psicólogos e juristas, a PM está trabalhando a conscientização sobre a necessidade de mudança de atitudes e a prevenção de doenças físicas, mentais e psicológicas.
Diego Tocantins destaca que a PM dispõe de profissionais como médicos, assistentes sociais, psicólogos, fisioterapeuta e fonoaudiólogos para atender e acompanhar aqueles que buscam ajuda ou são identificados por seus comandantes ou colegas em suas unidades de trabalho.
Diego observa que o estresse e as doenças comportamentais e transtornos não só preocupam, são objetos permanentes de ações, debates e projetos dentro da Polícia Militar. Conforme o coordenador de Assistência Social, a cada dois meses serão formadas novas turmas para esse curso para que a PM possa atender policiais de todas as unidades da capital e interior.
O comandante-geral da PM, coronel Jonildo José de Assis, disse que cuidar da saúde do policial é importantíssimo para o policial, sua família e a sociedade. Assis destaca que na condição de comandante estará buscando o fortalecimento dos serviços de saúde e assistência social como forma de melhorar e ampliar o atendimento.
Além dessas melhorias, pontua Assis, é preciso reconhecer a necessidade de mudança de cultura na Polícia Militar, instituição que pelas próprias características do trabalho e exigências impostas a seus integrantes faz com que haja resistência à busca de tratamento.
“Nossa cultura, interno e até mesmo na sociedade, tem o policial como guerreira, alguém superior a tudo, até ao tempo”, exemplificou o comandante, numa referência à frase popularizada que “soldado é superior ao tempo”.