O caso de ameaça de massacre registrado em uma escola de Cáceres (a 234 km de Cuiabá) neste final de semana não foi o primeiro em Mato Grosso. Em Vila Cardoso, distrito de Porto Esperidião (a 322 km de Cuiabá), um fato semelhante foi descoberto pela Polícia há cerca de uma semana e, coincidentemente, ficou sob a responsabilidade do delegado Alex Souza Cuyabano, o mesmo que investiga a primeira ocorrência. Em entrevista ao Olhar Direto, Cuyabano deixou um pedido de alerta aos pais de crianças e adolescentes, mas explicou que, dos casos até então levantados, não se evidenciou planos concretos para a execução de tais crimes.
“Eu diria que é uma brincadeira extremamente sem graça, uma brincadeira imbecil. Acredito que no país inteiro esteja ocorrendo isso. A gente fica preocupado porque está causando pânico na população”, afirmou o delegado.
Neste final de semana, a notícia de que um jovem de 17 anos teria criado um grupo, em um aplicativo de mensagens, sugerindo um massacre a uma escola de Cáceres, similar ao ocorrido na cidade de Suzano, em São Paulo, assustou mato-grossenses.
Na semana passada, uma ocorrência parecida com o caso de Cáceres também foi apurada pela Polícia Civi. De acordo com o delegado, em Vila Cardoso, distrito de Porto Esperidião, um rapaz de 18 anos, que não teve seu nome divulgado, teria publicado em um grupo de WhatsApp mensagens no mesmo tom daquelas deferidas pelo menor de Cáceres. Ele conta que o garoto, por meio das mensagens, desejava que o massacre tivesse acontecido em sua escola.
De acordo com o delegado, o rapaz teria problemas psicológicos, o que levou a preocupação de pessoas próximas. Ele, junto de seus pais, foi encaminhado para a Polícia Civil e ouvido pelo próprio delegado. O rapaz chorou e pediu desculpas quanto ao ocorrido, sendo liberado logo em seguida.
Cuyabano pede que os pais permaneçam em alerta quanto a qualquer mudança de comportamento e conduta de seus filhos.“Sempre é bom participar [de reuniões na escola] para que os pais fiquem sabendo os problemas escolares. Principalmente observar a conduta dos filhos. A pessoa muda quando está prestes a cometer uma barbárie como essa em Suzano ou ela tem uma pré-disposição já de muitos anos. Isso precisa ser observado, não só pelos pais, mas pela comunidade escolar”, finaliza o delegado.
Grupo no Telegram
Na tarde desta sexta-feira (15) foi denunciado que um jovem de 17 anos, identificado como H.A.A., teria ameaçado realizar um massacre na Escola União e Força, em Cáceres. O adolescente teria feito a ameaça em um grupo de WhatsApp chamado “Massacre na Escola União e Força”. Todos os 18 integrantes do grupo serão ouvidos nesta segunda-feira (18).
A denúncia foi feita pelo pai de um dos alunos que não quis se identificar por volta das 17h desta sexta-feira; o aluno em questão vai ser ouvido pela Delegacia Regional de Polícia Judiciária Civil de Cáceres. O menor deve responder por apologia ao crime e ato infracional análogo ao crime de ameaça.
Massacre em Suzano
Na manhã da última quarta-feira (13), aconteceu um massacre na Escola Estadual Professor Raul Brasil na cidade de Suzano, no interior de São Paulo, que resultou na morte de 10 pessoas.
A dupla de atiradores, Guilherme Taucci Monteiro (17 anos) e Luiz Henrique de Castro (25 anos), mataram cinco estudantes e duas funcionárias; depois, um dos atiradores matou o comparsa e em seguida cometeu suicídio. Antes do massacre na escola, a dupla também matou o tio de Guilherme.
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