Segundo dados da Procuradoria de Justiça Especializada em Defesa da Criança e do Adolescente, em Mato Grosso, durante 2018, a cada 5 meninas de 7 a 14 anos, 3 sofreram algum tipo de abuso sexual, que incluem passar a mão nas partes íntimas, forçar beijo e até o estupro. Para os meninos na mesma faixa etária, os abusos ocorrem em dois a cada 6 menores.
Para o coordenador da Procuradoria, Paulo Prado, os dados alarmantes fazem parte da realidade do estado, especialmente nos municípios com menor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e regiões de garimpo.
“São dados que assustam. Regiões com baixo desenvolvimento econômico e de garimpo tem altos índices de prostituição e exploração infantil, porque é onde esses aproveitadores conseguem atuar. Da mesma forma, nos municípios onde a prefeitura atua com mais intensidade, esse tipo de situação tende a diminuir”, explica o procurador.
Entre as medidas que podem ser feitas para a redução desses índices, Prado afirma que é preciso conversar e orientar os menores. “A gente tem que orientar essas crianças. Porque muita menina está sendo abusada e não sabe, porque é um tio, pai, e pela relação de confiança e ingenuidade não entendem como abuso”.
Ele enfatiza que a prevenção é a melhor arma contra esse tipo de crime, não só nas famílias, mas também na escola, pois a maior parte dos abusos acontece dentro de casa. “A orientação sexual tem que existir como forma de prevenção”.