Pecuaristas mato-grossenses se preparam para a principal campanha de imunização contra febre aftosa no estado, realizada de 1º a 31 de maio, em todas as regiões produtoras com exceção somente do rebanho do Baixo Pantanal. Os animais receberão pela primeira vez a vacina com a dose reduzida de 5 ml para 2 ml, conforme determinação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) após a realização de estudos técnicos que viabilizaram a retirada de alguns componentes. Nesta etapa, deverão receber a vacina bovinos e bubalinos de todas as idades.
Para alinhavar os últimos preparativo da campanha nessa região de fronteira entre Brasil e Bolivia, servidores do Instituto de Defesa Agropecuário de MT, estarão reunidos nesta sexta-feira (26), á partir das 7h30, no Parque de Exposição Dr. José Rodrigues, no bairro DNER, em Cáceres.
Os dados mais recentes sobre rebanho bovino colocam Cáceres no quarto lugar do ranking dos Maiores Municípios Pecuários do Brasil, um levantamento da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC).
De acordo com a ABIEC Cáceres possuía no ano de 2018, 1,072 milhão de cabeças de gado, 30,18% a mais que em 2008 e 94,16% a mais que em 1998. Em todo o país, o município só fica atrás de Ribas do Rio Pardo (MS), Corumbá (MS) e São Félix do Xingu (PA), essa última campeã com 2,238 milhão de cabeças.
A imunização contra febre aftosa é obrigatória em todo o território mato-grossense, inclusive nos municípios da região noroeste onde era previsto o fim da vacinação em maio, conforme era orientado para o Bloco I no Plano Nacional de Erradicação da Febre Aftosa (PNEFA), mas a data foi prorrogada para novembro. O presidente do Instituto Mato-Grossense da Carne (IMAC), Guilherme Linares Nolasco, destaca a importância do cumprimento das orientações dos órgãos de fiscalização para que o Brasil mantenha o status sanitário.
"São 23 anos sem registro da doença em Mato Grosso e caminhamos para a retirada da vacina para obtenção do status de país livre da aftosa sem vacinação . Precisamos dar continuidade ao trabalho que executamos nos últimos anos e que tem aberto as portas de grandes mercados consumidores da nossa carne. Exportamos para quase 80 países e isso é resultado do empenho de todos os agentes evolvidos" explicou Guilherme Nolasco que é médico veterinário.
O Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea-MT) ainda não autorizou a venda das vacinas aos produtores, o que deve ocorrer na próxima semana. De acordo com o vendedor de uma das maiores redes de lojas agropecuárias do estado, Rogério Carvalho Campos, os produtores já começaram a procurar pela vacina e a rede está só aguardando a liberação do Indea. Todas as doses comercializadas são registradas junto ao Indea.
Com relação aos preços, apesar da dose da vacina estar menor, o preço não diminuiu. "Os laboratórios explicam que para reduzir a dose foi preciso investir em tecnologia e por isso os preços não caíram", explica Rogério Campos. Em média, a vacina será comercializada por R$ 1,25 a unidade em Mato Grosso.
REDUÇÃO ? A diminuição de 5 ml para 2 ml na dose da vacina contra febre aftosa foi definida no passado pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para reduzir os efeitos adversos da aplicação, como as reações vacinais (formação de caroços e inchaço). Após debates com o setor privado, ficou estabelecida a nova medida de 2 ml e a aplicação subcutânea.
Guilherme Linares Nolasco explica que para reduzir a dose da vacina, foi retirada da composição o antígeno do vírus tipo "C", considerado exótico. "A nova dose é segura, mesmo com a retirada do antígeno e a troca do veículo para reduzir os riscos de reações nos animais . Todos os testes foram devidamente realizados e a nova fórmula foi regulamentada via por Instrução Normativa do Mapa".