A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) realiza nesta sexta-feira a aula inaugural do Programa de Pós-Graduação em Ensino em Contexto Indígena Intercultural (PPGecii).
Ofertado pela Faculdade Indígena Intercultural (Faindi), o programa de Mestrado Profissional terá primeira aula às 14 horas, no Auditório Júlio César Geraldo, no Câmpus da Unemat em Barra do Bugres.
O PPGecii da Unemat é o primeiro mestrado indígena da Região Centro-Oeste do Brasil, bem como um dos primeiros do País.
O Mestrado conta com uma diversidade de povos indígenas: são 20 mestrandos de 11 etnias diferentes, classificados de um total de 96 inscritos. A prova de seleção foi realizada no último dia 20 de outubro. O processo de seleção também contou com as etapas de arguição do projeto de pesquisa e análise de currículo.
Com 360 horas-aula e duração de 14 a 24 meses, o programa funciona na modalidade presencial, com a oferta de disciplinas em módulos no câmpus da Unemat em Barra do Bugres. O curso tem a área de concentração em Ensino, com as linhas de pesquisa ‘Ensino e linguagens em contexto intercultural’ e ‘Ensino, docência e interculturalidade’.
Com uma proposta diferenciada, a capacitação de professores em nível de Mestrado Profissional, tem como meta proporcionar empoderamento aos docentes indígenas de valores pedagógicos agregados aos etnoconhecimentos, com vistas ao enriquecimento e à eficácia das práticas profissionais nas escolas das aldeias.
Desde a Constituição Federal de 1988, há um empoderamento etnopolítico das comunidades indígenas e dos professores indígenas em fazer com que a educação escolar seja ressignificada com os sistemas próprios de aprendizagem. Em conformidade com a CF e toda história em educação indígena da Unemat, o curso pretende atender docentes indígenas para que possam desenvolver atividades de pesquisas em ensino junto à Educação Básica e projetos de formação de professores indígenas implantados no Estado e em outras regiões do país.
Faculdade Indígena Intercultural
A Unemat foi pioneira no atendimento às populações indígenas em cursos superiores específicos e diferenciados, ofertados desde 2001. A instituição também se tornou referência no Brasil e na América Latina na condução intercultural de uma proposta pedagógica de ensino diferenciado e de valorização étnica. Nesse percurso de quase duas décadas, a formação de professores indígenas em nível de graduação já é uma prática consolidada na Unemat. Desde o início da oferta de Educação Escolar para indígenas, a Unemat já formou 450 professores e especializou 140 deles.
Atualmente, a Faculdade oferece os cursos de Pedagogia Intercultural Indígena e de Licenciatura Intercultural Indígena. A Faindi está ligada ao Câmpus Universitário Deputado Renê Barbour, no município de Barra do Bugres. Além destes cursos, especificamente destinados aos povos indígenas, eles podem fazer qualquer outro curso na Instituição, e ainda se beneficiar do sistema de cotas. “A Universidade estabeleceu institucionalmente, a partir de 2016, uma cota de 5% das vagas de cada curso da Unemat para os alunos indígenas”, recordou a vice-reitora Nilce Maria da Silva.
A Instituição prima pela oferta de cursos com articulação entre movimento indígena, discussões de território dos povos indígenas, valorização da identidade e da cultura e promove diálogos interculturais entre diferentes conhecimentos, saberes, valores e princípios dos povos originários do Brasil.
A Faindi busca atender a todas as demandas educacionais por meio de projetos específicos e diferenciados, elaborados, implementados e avaliados por todos os segmentos envolvidos com a educação escolar indígena pautadas nas diretrizes da política nacional de educação escolar indígena que defende a escola indígena específica, diferenciada, bilíngue e intercultural pautada pelo respeito às diversidades e aos processos pedagógicos próprios.
A Unmeta já atendeu alunos das etnias Apiaká, Aweti, Bakairi, Baniwa, Baré, Bororo, Chiquitano, Cinta Larga, Ikpeng, Irantxe, Juruna, Kaingang, Kalapalo, Kalapalo, Kamaiurá, Karajá, Kaxinawa, Kayabi, Kuikuro, Matipu, Matipu, Mebêngokrê, Meninako, Munduruku, Myky, Nafukwá, Nambikwara, Paraná, Paresi, Pataxó, Potyguara, Rikbaktsa, Suruí, Suyá, Tapayuna, Tapeba, Tapirapé, Terêna, Ticuna, Trumai, Tukano, Tuxá, Umutina, Waurá, Xavante, Yawalapiti, e Zoró.