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Ações de repressão ao tráfico resultam na apreensão de 4 toneladas de entorpecentes em 2020
Por Raquel Teixeira | PJC-MT
04/01/2021 - 09:07

Foto: reprodução

As ações da Polícia Civil no combate ao tráfico de drogas em Mato Grosso realizadas por meio da Delegacia Especializada de Repressão a Entorpecentes (DRE) resultaram em 2020 na apreensão de quatro toneladas de drogas, o maior resultado dos últimos anos. Foram 2,4 toneladas de cocaína e 1,4 toneladas de maconha, além de outros tipos de entorpecentes, entre eles 300 comprimidos de ecstasy. Pela primeira vez, a apreensão de cocaína ultrapassou a de maconha.

As investigações da unidade levaram à prisão 281 pessoas, sendo 101 delas detidas em flagrante. A produtividade da delegacia inclui ainda a instauração de 1.305 procedimentos, sendo que 1.133 deles são inquéritos relativos a investigações sobre o tráfico de drogas doméstico e interestadual.

Durante as operações realizadas na repressão ao tráfico foram efetuados 253 mandados de busca e apreensão, além da apreensão de 59 veículos, 35 armas de fogo, e quase R$ 182 mil em dinheiro.

O delegado da DRE, Vitor Hugo Bruzulato Teixeira, explica que os resultados de 2020 foram baseados em duas linhas de trabalho da unidade, uma delas é o combate ao tráfico interestadual e de grandes carregamentos drogas praticados por associações criminosas especializadas no fornecimento e distribuição de entorpecentes. “Esse combate é realizado por meio de investigações avançadas, que exigem planejamento, fortalecimento da inteligência policial e trabalho integrado, que trouxeram resultados satisfatórios com a apreensão de grandes carregamentos de drogas que seriam levados para outros pontos do país”, destaca o delegado.

No combate ao tráfico interestadual foram realizadas diversas operações, com repercussão nacional, que apuraram a atuação de traficantes que se aproveitam do modal de transporte de cargas do nosso estado para transportar drogas aos grandes centros, principalmente a cocaína.

Grandes apreensões

No início de novembro passado, a DRE apreendeu 750 quilos de cloridrato de cocaína que eram transportados em uma carreta carregada com milho. A droga estava acondicionada em 15 fardos no veículo que foi abordado na Rodovia dos Imigrantes, em Cuiabá, após os investigadores da DRE realizarem monitoramento em trechos da rodovia para identificar o veículo. O motorista informou aos policiais que o caminhão foi carregado em Nova Mutum com destino de entrega em Cuiabá, porém, a nota fiscal dos grãos apontava como destino final um armazém no município de Mogi Guaçu (SP).

Ainda em novembro, os policiais civis da unidade especializada chegaram à localização de outra carga de entorpecente após receber a informação da Delegacia de Diamantino de que havia uma casa em Cuiabá que servia de depósito para droga. A equipe de investigação da DRE realizou diligências no bairro Jardim Vitória e chegou à residência onde foram localizados 350 tabletes de maconha, o que correspondeu a 300 quilos da droga. 

Em outra ação, com apoio da Polícia Rodoviária Federal de Minas Gerais, foram aprendidos 111 quilos de drogas (skunk e cocaína) na cidade de Luz, no sudoeste mineiro. Os policiais rodoviários abordaram o veículo, que transportava farelo de milho, a partir de informações repassadas pela DRE.  Segundo o motorista, a carga seria levada a uma cidade também no interior de Minas Gerais.

No mês de agosto, outra carga transportada em Mato Grosso serviu para camuflar entorpecentes que iriam para São Paulo. Em ação integrada com a PRF e apoio da Delegacia Regional de Barra do Garças foram apreendidos 515 quilos de cloridrato de cocaína escondidos em uma carregamento de algodão. A investigação da DRE começou três meses antes da apreensão, para apurar a atuação de uma quadrilha que foi presa em Pontes e Lacerda por envolvimento com roubo, receptação de veículos e tráfico de drogas. Com informações de que integrantes do grupo haviam deixado a cadeia, a equipe da DRE iniciou o monitoramento e apurou que os suspeitos transportariam uma grande carga de entorpecentes para São Paulo.

O diretor de Atividades Especiais da Polícia Civil, Fernando Vasco Spinelli Pigozzi, destaca a interação da DRE com as instituições da segurança pública, que tem resultado em apreensões constantes e no fortalecimento à repressão ao tráfico de entorpecentes. “A repressão qualificada ao tráfico de drogas no estado é constante, inclusive no tráfico doméstico, e a integração com as forças de segurança vem dando a resposta esperada pela sociedade”, destaca o diretor.

Em julho, 186 quilos de pasta base de cocaína foram apreendidos em um caminhão que seguia de Ipiranga do Norte para Sorriso. Com apoio da PRF, foi realizada a abordagem ao veículo e o motorista informou que havia saído de Juara e seguiria para Itaberaí, no interior de Goiás. A apreensão foi fruto de uma investigação que estava em andamento na unidade policial e contou com a parceria da PRF para que fosse possível abordar e prender o condutor do veículo e a droga.

No primeiro semestre de 2020, duas operações realizadas pela unidade especializada resultaram na apreensão de 622 quilos de maconha.

As investigações deflagraram a Operação “Porteira Fechada”, realizada em abril, quando a equipe da DRE apurou denúncias e chegou a uma casa em Ponta Porã, cidade na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai. No local, os policiais civis apreenderam 600 quilos do entorpecente que estavam escondidos na residência e prenderam em flagrante seis pessoas ligadas ao grupo criminoso responsável pelo comércio da droga.

Na sequência da primeira operação interestadual, a DRE aprendeu na Operação Porteira Fechada 2, também no interior de Mato Grosso do Sul, mais 22 quilos de maconha que estavam com duas mulheres. Aos policiais, as mulheres confessaram que buscaram o entorpecente em Rio Brilhante (MS) e entregariam a carga em Rondonópolis para pessoas desconhecidas e que receberiam R$ 3 mil pelo transporte do entorpecente. Segundo as apurações, a droga seria distribuída em Cuiabá.

As drogas comercializadas vêm dos dois principais produtores de entorpecentes, Paraguai (maconha) e Bolívia (cocaína). Já as drogas sintéticas vêm de grandes centros para distribuição em festas. Em maio passado, os policiais prenderam em flagrante três pessoas em uma casa no bairro Boa Esperança, na capital, com mais de 100 comprimidos de ecstasy. Nas diligências, a equipe da DRE identificou uma casa do bairro no bairro de classe médiacujo morador atuava com a venda de drogas sintéticas. No local foram apreendidos também porções de maconha, dinheiro e materiais usados para embalar entorpecentes.

“Com a pandemia do novo coronavírus (Covid-19) foi percebida uma redução em grande parte das incidências criminais. Esse fato não ocorreu em relação ao tráfico de drogas, que tem aumentado consideravelmente. A Delegacia realizou operações em todo o estado durante o ano passado, assim como também fora de Mato Grosso, sempre com o objetivo de chegar aos traficantes que encaminham drogas para cá, focando a atuação em nossa segurança pública”, reforçou o delegado Vitor Hugo.  

O trabalho investigativo é importante não só para desarticular o tráfico de drogas diretamente, como também desestruturar os crimes que alimentam esta rede. O delegado destaca que para chegar aos resultados, a troca de informações com forças de segurança de outros estados e o trabalho de inteligência são primordiais.

“A maconha é adquirida no Paraguai e vem por Mato Grosso do Sul, então estamos em contato direto e em abril passado apreendemos 600 kg de maconha em Ponta Porã, em parceria com a Polícia Civil daquele estado, uma droga que viria para Cuiabá. Além disso, o trabalho operacional aliado à inteligência policial é fundamental, porque tratam-se de organizações criminosas que obtêm um lucro muito alto, infelizmente”.

 

 
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