A família do pedreiro Rubson Farias dos Santos, de 28 anos, que denunciou seu espancamento e desaparecimento, se manifestou, na noite de ontem, em frente a sede do batalhão da PM em Cáceres.
A manifestação teve a presença de familiares e amigos de Rubson.
O vídeo retrata o sofrimento da esposa de Rubson.
A família denunciou que ele foi espancado por policiais militares, do setor de Gratificação de Atividade Policial Militar (GAP), e retirado da casa dele inconsciente na sexta (29), em Cáceres (a 240 km de Cuiabá). Ele está desaparecido desde então.
O caso, segundo a PM, foi enviado para a Corregedoria da corporação.
A esposa Sidneia Oliveira falou hoje com o Diário de Cáceres. "Meu filho de 12 anos viu tudo. Cinco policiais do GAP chegaram, pouco depois das 23 horas, já entraram batendo nele. Os vizinhos tentaram acudir e foram impedidos. Esses policiais chegaram de moto, depois chegou uma viatura, foi nela que ele foi transportado, desacordado de tanto apanhar".
Sidneia conta também que a advogada Luci Silva está cuidando do caso, e o Ministério Público já foi comunicado. Além disso, o fato foi registrado na Delegacia de Polícia Civil, que está ouvindo testemunhas da família. "Hoje cedo duas pessoas foram ouvidas e agira a tarde, serão mais duas". A esposa confirma que o marido tem antecedentes e que tiveram problema recente por terem comprado um carro sem saber que tinha sido roubado. "Ele foi detido e liberado sob fiança, e logo depois aconteceu essa barbaridade. Eu tenho fé que ele esteja na cadeia e vá aparecer". Na cadeia de Cáceres, a informação é que o pedreiro não deu entrada no local.
Desaparecimento: relembre a notícia
A família de um pedreiro de 28 anos registrou uma denúncia informando que Rubson Farias dos Santos foi espancado por policiais militares, do setor de Gratificação de Atividade Policial Militar (GAP), e retirado de casa inconsciente na última sexta-feira (29), em Cáceres, a 220 km de Cuiabá. Desde então, o jovem está desaparecido.
O 6º Comando Regional de Cáceres informou, em nota, que foi aberto um inquérito policial militar para apurar a conduta dos policiais envolvidos na ação. O procedimento está em andamento e é acompanhado pela Corregedoria da PM.
A Polícia Civil informou que não consta nenhum registro de prisão de Rubson em delegacias de Cáceres. Ainda segundo a Civil, o único registro de ocorrência recebido em nome da vítima foi feito pela mulher dele sobre a ação dos policiais militares.
A mulher de Rubson, Sidneia de Oliveira, contou ao G1 que, na quinta-feira (28), ela e o marido foram abordados pela polícia por causa de um carro que compraram há cerca de 15 dias por R$ 900.
De acordo com a PM, o veículo tinha registro de roubo e que, por isso, foi encaminhado à delegacia, assim como Rubson.
“Compramos um carro velho para andar na cidade, não sabíamos que era roubado, só sabíamos que estava com a documentação atrasada. A polícia disse que precisava levar o carro porque era roubado, então falamos que tudo bem. Nesse dia foi tranquilo, não encostaram um dedo nele. Logo depois, pagamos a fiança e ele foi liberado”, explicou Sidneia.
No entanto, um dia após o registro dessa ocorrência, conforme contou a família, a polícia invadiu a casa onde moram para prender Rubson. Segundo Sidneia, o marido foi espancado pelos policiais na frente do filho de 12 anos.
“Ele saiu inconsciente. Não sei se saiu vivo de casa. Bateram muito nele, depois apagaram as luzes e o levaram. Não disseram o motivo. Procuramos vários lugares, mas não consta que ele passou na delegacia, na cadeia, nos hospitais. Ninguém dá informação, ninguém fala nada. Estou desesperada”, relatou.
Sidneia divulgou fotos e informações do caso nas redes sociais para tentar localizá-lo, no entanto, ainda não há informações sobre o paradeiro de Rubson.(G1)