Município pode ter perdido recurso para drenagem do bairro Cohab Velha
Por Jornal Expressão
22/11/2012 - 09:38
Moradores do bairro COHAB Velha podem ter que esperar por mais alguns anos à solução para o problema dos alagamentos que, em períodos chuvosos, castigam e prejudicam à comunidade. O contrato de nº 332-480-25/2010 referente ao Projeto Básico de Drenagem de Aguas Pluviais, de emenda parlamentar do deputado Pedro Henry, no valor de R$ 9.888,444,44 milhões, em análise na Caixa Econômica Federal (CEF) desde 15 de julho de 2011, foi retirado do site da Instituição, o que se pressupõe que o governo federal tenha recolhido o recurso, devido à demora para execução da obra.
“Ainda não dispomos de informações oficiais. Pode até ser que exista algum equívoco. Porém, o que dá a entender é que, devido a demora para execução do trabalho, o dinheiro tenha sido recolhido pela União. Até porque, os demais contratos envolvendo recursos da CEF, no município, permanecem no link de Acompanhamento de Operações Contratadas da Caixa”, explica o professor Irton Milanesi, um dos líderes do Movimento dos Moradores do bairro COHAB Velha, que há anos, reivindica o trabalho no local.
Cópias de vários documentos sobre o projeto entregues ao Jornal Expressão comprovam que a assinatura do contrato para Obras de Macro e Micro Drenagem do bairro COHAB Velha, firmado entre o município de Cáceres (via governo do Estado) e o governo Federal, através da CEF ocorreu no dia 24 de dezembro de 2010, com vigência até 08 de dezembro de 2012. Embora, com vigência até o dia 8 de dezembro, conforme os moradores, a retirada do contrato do site da CEF ocorreu há cerca de três semanas. Vale lembrar que no dia 10 de agosto do corrente ano houve uma publicação no D.O.U relativa ao contrato 332.480-25/2010, os líderes do movimento não têm certeza, mas acreditam que seja algo sobre a devolução do recurso desse contrato ao tesouro nacional. Se isso se confirmar, vergonha para Cáceres!
Inconformados com a possível perda dos recursos, os moradores responsabilizam as autoridades tanto estadual quanto municipal, pelo descaso para com a solução do problema. De posse de farta documentação, Milanesi mostrou o registro de inúmeras reuniões realizadas, desde a assinatura do contrato, até este ano, com vários secretários de Estado, o Deputado Federal Pedro Henry, o prefeito Túlio Fontes e secretários municipais. “Reunimos várias vezes, com secretários estaduais (Nico Baracat, José Márcio Guedes, José Lacerda), com o deputado Pedro Henry e com o prefeito Túlio Fontes. Mas, infelizmente, tudo não passou de promessa” conta. Segundo Milanesi, justiça seja feita: “como medida paliativa da parte do prefeito Túlio foi colocada uma manilha para escoamento das águas do bairro, o que ajudará, no entanto não resolve o problema em definitivo”.
Os moradores acreditam que o desentendimento político entre o deputado Pedro Henry e o prefeito Túlio Fontes, tenha resultado no possível recolhimento do recurso. “A princípio não havia projeto técnico. Depois de superado esse impasse, o prefeito Túlio Fontes queria que o recurso fosse enviado para a conta da prefeitura. Proposta que não foi aceita pelo deputado Pedro Henry, autor da emenda, que preferiu encaminhá-la para o governo do Estado. Até mesmo, segundo ele, porque o município não dispunha de recursos dos 10% de contrapartida. E, o resultado está ai. Salvo engano, perdemos o recurso e, mais uma vez, a população é a mais prejudicada”.
Os moradores afirmam que o trabalho paliativo realizado pela administração municipal (manilhamento de algumas ruas), no início deste ano, para evitar as constantes enchentes do bairro, minimizou o problema. Porém, está causando outro. Em várias partes o asfalto está cedendo, provocando enormes buracos no meio da rua, colocando em risco a integridade física das pessoas, e danos aos veículos que trafegam pelo local. Um dos pontos onde o asfalto cedeu há mais de 20 dias, na esquina da rua dos Canários, com a rua do Lava-pés, até hoje permanece a céu aberto.