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ENEM: O abismo da educação
Por Diário de Cuiabá
23/11/2012 - 15:12

Foto: arquivo
Divulgadas ontem, as médias das escolas no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2011 revelam o abismo ainda existente entre o ensino público e privado em Mato Grosso. No Estado o primeiro lugar é ocupado pelo Colégio Maxi, com média 620. Na segunda posição está a Escola do Farina, com 603. Única escola pública nas trinta primeiras posições, o Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) ocupa a 4° e 5° posição, com 596 e 594, respectivamente. O diretor do Colégio Maxi, Athos Guedes, diz que não há segredo para a escola estar em primeiro lugar e que o motivo é muito simples: como o curso é integral e os alunos ficam boa parte do dia na escola, eles criam o habito de estudar. “E os professores são escolhidos a dedo, são qualificados e bem preparados. Mas o principal é muito simples: o professor tem que dar aula e o aluno tem que estudar, só isso”, disse. Já na escola do Farina, o professor Sérgio Cintra, responsável pelo marketing externo, explica que a escola prepara o estudante em três aspectos principais. O primeiro diz respeito à revisão “até a exaustão” do conteúdo no terceiro ano do ensino médio. “Os alunos estudam as matérias três vezes durante o ano. Uma vez na etapa básica e duas na de aprofundamento. A repetição ajuda com que eles tenham o conteúdo bem fixado na hora da prova”. O segundo método usado no Farina é a resolução de aproximadamente 30 mil exercícios por ano, com os “tarefões”. Por fim, os estudantes têm que fazer provas toda semana. “É o que dizem: 1% de genialidade e 99% de trabalho. Aqui, além de disponibilizar professores com experiência em vestibular, o aluno é estimulado a ter disciplina e a estudar muito”, concluiu. Sobre a única escola pública entre as 30 primeiras, todas particulares, o diretor do IFMT, campus Cuiabá, Ali Veggi Atala, ressaltou que o objetivo da escola não é preparar o aluno para uma prova, e que as notas do Enem são apenas uma conseqüência do ensino integral oferecido pela instituição. Atala explica que os professores, a gestão e os investimentos em infraestrutura contribuem para a nota do Enem, mas que o foco é a formação do aluno. “Nós até trabalhamos muito a formação artística dos estudantes, porque a prova é só uma etapa, tem muito mais depois disso”. Quanto às escolas estaduais, a primeira a aparecer na lista é a Antonio Cristino Cortes, de Barra do Garças (550 Km de Cuiabá), no 67° lugar. Das 100 primeiras colocadas no Enem, apenas 20 são estaduais, assim como as dez piores. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), o Enem ainda não é um parâmetro de avaliação da qualidade das escolas estaduais, pois nem todos os alunos fazem o exame e muitos que participam são ex-alunos, não configurando no perfil atual da instituição. Em nota, a Seduc avaliou a diferença do desempenho das escolas estaduais para as outras está no número de horas de aula, pois as unidades estaduais oferecem em média 800 horas/ano, ficando com aproximadamente quatro horas diárias, sendo que as particulares e federais são, em sua maioria, integrais. “Outro fator é o de que 40% dos estudantes das escolas estaduais estudam no período noturno. Após um dia de trabalho tem o rendimento prejudicado, o que difere das privadas e federais”, diz a nota. A assessoria ainda informou que um estudo nacional para analisar ações de melhoria no ensino público, tanto federal quanto estadual, está em andamento.
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