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Após 4 meses de dificuldades, prefeita afirma que o foco agora é reestruturar o município
Por Andhressa Barboza/RDNEWS
18/06/2021 - 18:40

Foto: Rodinei Crescêncio

Em meio ao colapso da saúde devido à pandemia de Covid-19, a prefeita de Cáceres, Eliene Liberato (PSB) conta que mais de 4 meses do mandato foram para “apagar incêndios”. Apesar de ter vivido momentos difíceis ano passado, as cenas de hospitais lotados e filas de espera por vaga em UTIs foram ainda piores nos primeiros meses deste ano e a gestora se viu dividida entre atender ao rigor de medidas para evitar o contágio e ajudar o comércio que já amarga a crise há mais de um ano. A gestora conta que o foco agora é reestruturar o município. “A gente sonha com fazer o melhor, mas com a pandemia, a gente faz de tudo e a frustração é ver vidas indo embora, família desesperadas, esperava todos os desafios, sofri pressões ameaças, mas o mais difícil é não poder fazer nada diante do desespero de famílias à espera de UTI”, contou ao 

Após editar medidas mais rígidas, a prefeita chegou a sofrer uma “caçada” de empresários revoltados com o fechamento do comércio.

Mesmo assim, Eliene manteve a decisão e intensificou a fiscalização com interdição de estabelecimentos que não estavam atendendo às determinações. Hoje, ela avalia que o resultado foi positivo e vê mudança de comportamento. “Antes a gente via bares lotados às 23h e agora isso não acontece com frequência. Mas também buscamos diálogo com o setor, fizemos reuniões e aumentamos ao máximo os esforços em ampliar a saúde”.

Logo que assumiu, em meio à segunda onda da Covid, o município dobrou as equipes de saúde, e reativou a Central de Atendimento 24h que funciona na UPA. A queda na receita foi inevitável e os gastos com a saúde aumentaram, pois além da população local, Cáceres recebeu pacientes de 22 municípios no entorno, além de outros da Bolívia, país que faz fronteira.

Assessoria

UTIs moveis Caceres

Novas UTIs móveis foram adquiridas e foco para levar pacientes graves

 “Cáceres é uma mãe para a região e não deixamos de atender, eram prefeitos ligavam e pedindo ajuda. Fizemos de tudo, tanto que não faltou oxigênio e outros insumos”. Ao mesmo tempo que lidava com a crise no município, ela viveu o drama da doença em sua família quando o esposo foi para UTI por complicações da Covid. Isso porque logo na posse, o vice Doutor Odenilson (Republicanos) e dois vereadores estavam infectados.

“Foram 4 meses apagando incêndio, agora nos reestruturamos, garantimos mais 20 leitos enfermaria no Hospital São Luiz, adquirimos tanques de oxigênio, duas UTIs móveis, com ajuda dos deputados Max Russi e Carlos Avalone. Além de intensificar a vacinação, focamos no atendimento a quem adoeceu e conseguimos adquirir 20 respiradores novos, raio-x e fizemos 600 tomografias”, conta a prefeita que lamenta os mais de 350 óbitos em Cáceres.

Ela conta que a UPA é 100% do município e atende com porta aberta para região, levado a um custo de R$ 500 mil mensais. Agora, ela agiliza o processo de habilitação de leitos junto ao Sistema Único de Saúde (SUS) o que deve garantir mais recursos.

“Temos que ser criativos e lembrar que além da Covid, outros problemas continuam acontecendo. Por isso, tentamos atacar a limpeza o que ajudou no período de evitar a dengue. Recolhemos mais 1730 toneladas de lixo que tinha potencial de servir de criadouros”.

'Educação terá lacuna que nunca vamos preencher'

 Assessoria

Cestas b�sicas escolas Caceres

Prefeitura fez entrega de kits alimentação para alunos da rede pública

 Um dos maiores impactos da pandemia é na educação, na avaliação da prefeita. Desde abril do ano passado, as aulas presenciais na rede pública estão interrompidas e a rede particular passa por intermitências.

“A educação sofreu impacto, nunca vamos preencher essa lacuna., são 38 escolas, sendo 14 rurais que são distantes, algumas há 180 km daqui da cidade e o alcance de internet não é bom, são 10 mil km de estradas de chão. Tentamos oferecer aulas remotas, mas é mínima participação diante da qualidade. Mas nos esforçamos, a prefeitura vai disponibilizar 400 notebooks de última geração para os professores”, explicou.

A esperança, para ela, é a imunização e ver um alinhamento entre governos estadual e federal para garantir vacinação em massa.

 

 

 

 

 

 

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