Aproximadamente a cada 60 dias saem dos portões da Cadeia Pública de Cáceres 2.500 pés de alface rumo as Escolas da rede municipal de ensino e família dos reeducandos. São alimentos totalmente orgânicos produzidos pelos reeducandos através do projeto de Horta Hidropônica, pensado para o cumprimento da Lei de Execução Penal, (LEP/1984), que assegura ao condenado seja em regime fechado ou semiaberto a remição, por trabalho ou por estudo, onde a cada três dias trabalhados, o reeducando reduz um dia em sua pena.
A ideia foi implantada em Cáceres pelo diretor da unidade prisional, Nelson Ortega, que havia vivido uma experiência com trabalho em horta na cadeia pública de Vila Bela da Santíssima Trindade.
Em Cáceres o projeto iniciou há cerca de 6 meses, contando com o apoio do Conselho da comunidade através de seu Presidente Juliano Alves, como também da Dr. Helicia Vitti Lourenço, Juíza da 1ª Vara de Execução Penal da comarca de Cáceres.
Para Nelson, diretor da unidade, apesar do pouco tempo, o projeto já tem apresentado ótimos resultados. Ele destaca as primeiras doações de alface e a importância do projeto não só para remissão de pena, mas também de ajuda a comunidade, uma vez que a produção será destinada também a outras entidades filantrópicas da cidade.
Juliano Alves, avalia com bons olhos todas as ações que são realizadas dentro e fora dos muros da cadeia masculina e feminina. “Ao vermos as hortaliças chegarem as mesas da sociedade através das doações feitas sabemos que estamos cumprindo nosso papel de ressocialização, pois assim, poderemos oportunizar os recuperando em oportunidades de formação técnica profissionalizante, e ao mesmo tempo cumprir o determina a Lei de Execução Penal, estamos muito engajados nessa luta, penso que a população carcerária tem muito a colaborar com o município de Cáceres”, finaliza.