Sargento bombeiro acusado de abusar sexualmente da enteada de 13 anos já recebeu moção de aplausos da Assembleia Legislativa por relevantes serviços prestados à corporação. Adriano da Cruz Magalhães, 45, atua no 3º Batalhão de Rondonópolis (212 km ao sul) e foi preso preventivamente no dia 20 de setembro, em decorrência da investigação.
Ele deixou a cidade no dia 5, quando a mãe da vítima flagrou a filha fazendo sexo oral no padrasto, na sala da família. O casal havia retornado de um balneário na região.
Enquanto a mulher fazia o filho de 3 anos dormir no quarto, Adriano saiu e foi abusar da enteada. Os crimes vinham ocorrendo há cerca de um mês e meio, conforme a vítima narrou para a mãe P.C.S., 33.
Para a surpresa da esposa, aconteciam quando ela estava em casa. Ela convivia com o agressor há cerca de um ano e meio.
Por saber que ele era ‘mulherengo’, garante que sempre esteve atenta e não deixava a filha só em casa com o marido. Após o flagrante, a garota contou que começou ser assediada pelo padrasto, que dizia que era normal ter ‘intimidade’ entre as pessoas da mesma família.
Começou com carícias em seu corpo, evoluiu para o sexo oral, até a consumação do ato sexual. Inclusive, depois do ato, ele disse que ela deveria arrumar um namorado, caso a mãe descobrisse que ela havia feito sexo, para culpar outra pessoa.
Em seguida, passou a ameaçar a menina, que havia completado 13 anos recentemente. Disse que se a mãe descobrisse, ela seria abandonada pela família. “Passou a fazer um verdadeiro terror psicológico com ela”, narra a mãe.
Revoltada, a mãe disse que no dia que flagrou o abuso, o marido teve a coragem de dizer que ele havia sido seduzido pela enteada, tentando se passar por vítima. Deixou a casa rapidamente e levou o celular da menina.
Segundo a mãe, no aparelho estavam as mensagens que o comprometiam. Inclusive a que ele mandou pouco antes de ser flagrado, que pedia para a vítima não tomar banho, que estava indo ao encontro dela. O celular nunca foi devolvido, já que em depoimento na Polícia Civil ele negou ter levado o aparelho, relatou P..
A ex-mulher, que fez a denúncia, acredita que o sargento Adriano da Cruz Magalhães planejou cada ato e pode ter feito outras vítimas, inclusive entre os cinco filhos de relacionamentos anteriores. Segundo ela, depois de ser preso, ela soube que ele passou a dizer que o casal estava brigando muito e, por isso, a companheira teria inventando o caso de abuso para prejudicá-lo, por estar com raiva dele. “Mas as provas existem, tanto que o Ministério Público pediu a prisão dele e ela foi decretada”, assegura a ex-mulher P.C.S..
Ela optou por tornar os fatos públicos justamente por achar que o homem que abusou da filha pode ter feito mais vítimas e que, se tiverem sido ameaçadas, agora possam criar coragem de denunciá-lo, ao saber que se encontra preso. A vítima já está passando por acompanhamento médico e psicológico, disse a mãe.
O deputado estadual Sebastião Rezende foi autor do pedido de moção de aplausos ao sargento Adriano, pelos relevantes serviços prestados e por ser parte integrante do 54º Aniversário de Criação do Corpo de Bombeiros Militar do Estado, em sessão ordinária do dia 1º de agosto de 2018. O Jornal A Gazeta entrou em contato com familiares do acusado para obter informações sobre a defesa dele, mas o nome do advogado que vem atuando no caso não foi repassado à reportagem. Até o fechamento desta edição a assessoria do Corpo de Bombeiros não havia encaminhado posicionamento da Corregedoria sobre a situação administrativa do membro da corporação.