Confirmada dengue hemorrágica como causa da morte da dona de casa do distrito da Sadia
Por Diário de Cáceres/atualizada
02/12/2012 - 09:34
A Vigilância Sanitária do município de Cáceres não informou a identidade da mulher de 39 anos que morreu vítima de complicações da dengue, mas confirmou o óbito, ocorrido no dia 24 de outubro, no Hospital São Luiz.A vítima foi hospitalizada n dia 11 de outubro.A dona de casa residia no distrito da Sadia, distante 70 km da cidade, e chegou ao Pronto Atendimento Médico com sintomas da doença, sendo encaminhada primeiramente ao Hospital Regional, e depois ao Hospital São Luiz.
O caso não foi divulgado, segundo o coordenador da VISA Josué Alcântara, porque foi feita uma investigação epidemiológica para comprovar a causa. No atestado de óbito consta dengue hemorrágica, mas o coordenador informa que, seguindo os critérios técnicos do Ministério da Saúde, a constatação inicial é que a morte teria sido ocasionada por complicações da dengue clássica.Mas ontem, foi informado que a causa da morte foi mesmo dengue hemorrágica, sendo este o primeiro caso de óbito em Cáceres.
Cáceres vive uma situação preocupante: um levantamento feito há quinze dias, logo no início das chuvas, constatou que o município está com um índice de 3% de infestação. O índice é alarmante, e fez com que a Secretaria Municipal de Saúde intensificasse os trabalhos, com todos os agentes a campo, em inspeções domiciliares. O índice de infestação é considerado ideal quando está abaixo de 1%. Entre 1% e 3,9%, o sinal é de alerta. Acima de 4%, o risco é de surto.
"Hoje temos 700 notificações de casos suspeitos, dos quais 184 foram confirmados e um óbito"-esclarece Josué. Mas os números, na verdade, não correspondem a realidade, pois muitas pessoas sentem os sintomas da dengue e não fazem o exame que garante a notificação. Para cada pessoa que faz o exame e notifica a suspeita, quatro pessoas deixam de fazê-lo. O exame de sangue que atesta a dengue é feito na própria Vigilância Sanitária, no período da manhã, e é gratuito. É importante fazê-lo, para que o município tenha dados reais e possa agir dentro do contexto, adotando as medidas necessárias.
No último trimestre de 2009 e início de 2010, Cáceres sofreu com uma epidemia da doença que resultou em 7 óbitos. O impacto fez com que a sociedade se mobilizasse. Menos de dois anos depois, parece que o susto passou -com o início das chuvas, época de maior proliferação do mosquito transmissor, o que se vê são lotes abandonados e quintais mal cuidados, acumulando o chamado 'lixo da dengue', que é qualquer recipiente que acumule água, como pneus, latas, tampinhas de bebidas, cascas de frutas, caixas e reservatórios de água sem tampa.
O combate a dengue é dever da administração pública -que deve fazer a fiscalização e aplicação da lei municipal que notifica e autua o cidadão que não cuida do seu imóvel pondo em risco a saúde pública. Mas é dever de cada cidadão tomar os cuidados necessários para impedir a proliferação do mosquito e a incidência da doença.