Após vivenciar a maior e pior seca da história, o lendário Rio Paraguai, principal artéria fluvial do Pantanal Mato-grossense, recomeça a encher, trazendo alegria e esperança a população pantaneira. As chuvas dos últimos dias na região, mais que triplicou o volume de água, em um período de pouco mais de um mês.
No dia 17 de oububro, o volume de água registrado na régua da Agência Fluvial, em Cáceres, média 42 centímetros. Hoje, depois de um mês e dois dias, está com um metro e trinta e dois centímetros. E, também, conforme a Agência Fluvial, com quase o dobro de água registrado, no mesmo dia do ano passado, quando media 68 centímetros.
Nos últimos dias, de acordo com a Agência, o rio vinha enchendo, em média, cinco centímetros por dia. Nas últimas 24 horas, com as chuvas torrenciais que tem caído, em toda região, ele subiu 30 centímetros. Pulando de um metro e dois centímetros na quinta-feira (18/11) para um metro e trinta e dois, na manhã desta sexta-feira (19/11).
E, o que é mais importante, a tendência, é de que a enchente continue nos próximos dias. A previsão do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) aponta muita chuva para Cáceres e toda região, no final de semana.
Em 2020, o Pantanal registrou a maior estiagem em quase 50 anos. Em algumas áreas, o leito do Rio Paraguai secou. O menor registro foi em 1964, quando chegou a -61 centímetros. No trecho do rio, em Cáceres, conhecido como a praia da Mini Praia, as pessoas caminhavam o rio a pé.
Com a pouca água os prejuízos para a economia foram inevitáveis. As barcaças para exportação de minério de ferro, não puderam navegar, no trecho do rio, em Corumbá. Em Cáceres, os empresários do ramo de passeio turístico que haviam fechado pacote de viagens tiveram que devolver o dinheiro ou remarcar nova data porque os barcos não puderam navegar com o baixo volume de água.