Todo recurso repassado pelo SUS, através do Estado, ao Hospital São Luiz, em Cáceres, era transferido “em questão de horas” pela empresa Pró-Saúde, para matriz em São Paulo. Sem dinheiro, a unidade não pagava os servidores, fornecedores e tampouco adquiria insumos básicos para atendimento à população.
A explicação foi dada, na tarde desta segunda-feira (28/03), pelo secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo. Durante coletiva a imprensa, Figueiredo disse que, a decisão do Estado, em fazer a requisição administrativa do hospital, foi a alternativa encontrada para evitar um colapso ainda maior na unidade.
“Todo recurso repassado ao hospital era transferido em questão de horas para São Paulo. Por isso, não havia dinheiro para pagar funcionários, fornecedores e nem comprar insumos. Não podíamos deixar colapsar a unidade sob pena de sérias consequências na saúde da população” justificou.
O secretário desmentiu a versão apresentada pela empresa de que o atraso no pagamento dos salários dos servidores e fornecedores, bem como a falta constante de insumos (medicamentos) seria em razão da falta de repasses financeiros do governo a unidade.
“Isso não é verdade. Era uma forma de procurar culpado pela situação. A secretaria realiza os repasses do SUS normalmente, dentro do estabelecido pelo contrato” assegurou lembrando que, a Pró-Saúde recebia 100% do contrato, mas realizava menos de 50% dos atendimentos previstos.
Pelos cálculos da Secretaria de Estado de Saúde a empresa Pró-Saúde recebeu a mais do SUS nos últimos meses, o equivalente a R$ 22 milhões.
Além das inúmeras irregularidades, o secretário firmou que a requisição administrativa do hospital ocorreu, também porque a empresa se negou reiteradas vezes a prestar esclarecimentos sobre a situação, tanto a Secretaria de Saúde, quanto ao Ministério Público.
Hospital recebia do SUS mas priorizava particulares
Gilberto Figueiredo disse que, embora o hospital fosse sustentado com recursos federais através do SUS, a empresa priorizava atendimentos particulares. “Na maioria das vezes não havia vagas para internações de pacientes do SUS porque os leitos estavam ocupados por pacientes particulares”.
O secretário revelou que existem na unidade, pelo menos, 15 profissionais médicos que realizam atendimentos, inclusive, cirurgias a pacientes usando toda estrutura do hospital sustentado pelo SUS.
“São cerca de 15 profissionais, sem nenhum vínculo de trabalho com o SUS que realizam cirurgias, usando a estrutura física e medicamentos do hospital sustentado pelo governo” disse acrescentando que “outros prestam serviços na unidade sem nenhum contrato formal”.
Empresa oportunista
O secretário enfatizou que a empresa Pró-Saúde foi “oportunista” ao aproveitar o período da pandemia para receber e não prestar os serviços.
“A empresa foi oportunista. Se aproveitou de uma normativa do SUS que não exigia a prestação de contas para receber os valores do contrato, meteu o pé no acelerador, recebeu os valores integrais do contrato, mas não realizou os atendimentos correspondentes”.
Recursos bloqueados serão usados paga quitar débitos
Gilberto Figueiredo adiantou que, os últimos repasses destinados ao hospital foram bloqueados e, após a conclusão de uma auditoria que está sendo realizada pelo SUS, os recursos poderão ser usados para pagamento de débitos pendentes, principalmente, com funcionários.
“Vamos aguardar o resultado da auditoria realizada pelo SUS. Dependendo do que for apurado, os recursos dos repasses bloqueados poderão ser usados para pagamentos de funcionários” disse acrescentando que o Estado não se compromete a pagar débitos pendentes com fornecedores.
Maior hospital público do Estado
Com a junção do Hospital São Luiz, o Hospital Regional de Cáceres, passará a ser o maior hospital público do Estado, com 300 leitos. Além de ser o primeiro hospital Maternidade Infantil do Estado. Serão mais de 400 servidores. Regido pela SES o hospital se denominará Hospital Regional anexo 1 para atendimentos 100% pelo SUS.
“Será o maior hospital público do Estado, com 300 leitos. E, acaba-se aqui a falta de estrutura e insumos da unidade” disse o secretário revelando que, a secretaria já encaminhou, grande quantidade de medicamentos – duas ambulâncias – para suprir a falta constantes dos insumos para atendimento digno à população.
Gestora do Hospital São Luiz rebate informações falsas
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Comunicação – Pró-Saúde
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