Após frustradas negociações com a Secretaria Municipal de Educação, pais de alunos recorrem ao Ministério Público Estadual (MPE), em Cáceres, na tentativa de evitar o fechamento das escolas Santa Catarina (Limão) e Marechal Rondon (Corixa), localizadas na faixa de fronteira Brasil/Bolívia.
O grupo que se autodenomina “Mães da Fronteira”, assessorado pela vereadora Mazéh Silva, encaminhou vários documentos, assim como relatos de pais de alunos “suplicando” ao MP para que interceda junto a Secretaria de Educação, no sentido de evitar a remoção das crianças das referidas escolas para outra unidade.
Com o fechamento das escolas do Limão e da Corixa, os alunos das respectivas unidades seriam removidos para a Escola Estadual 12 de Outubro. Procurada, várias vezes, a secretária Liamara Rodrigues, não se manifesta sobre o assunto. “As mães estão recorrendo ao MP porque não são atendidas pela secretaria” diz Mazéh apoiadora do movimento.
A mudança de horário das aulas; a falta de segurança, e a suposta precariedade dos ônibus do transporte escolar, assim como o longo trajeto que os alunos terão que percorrer, diariamente, para chegar a nova escola, são os principais motivos da revolta da “Mães da Fronteira”.
O horário normal das aulas é das 7h30 às 11h30. Na nova escola o horário será das 10h às 14h. Contudo, os alunos devem esperar o ônibus no ponto, a partir das 9h, só retornando à casa por volta das 15h. O trajeto das crianças do Limão à escola 12 de Outubro é de 30 quilômetros, da Corixa são 20 quilômetros.
“Que segurança teremos, colocar os nossos alunos, a maioria crianças de 6 a 12 anos, em um ônibus que está sempre quebrando, sem ter ninguém para cuidar. Vão sair de casa às 9h e só retornar por volta das 3h da tarde. Peço que o senhor nos ajude” suplica, no pedido ao MP, a mãe de aluno Gonçalina Gonçalves Pereira.
Jociane Rocha Silva, também mãe de aluno, além de pedir para que o MP interceda no sentido de evitar o fechamento das escolas, denuncia. “Crianças, geralmente meninas de 11 anos, das escolas onde querem levar os nossos alunos, estão namorando. Outros fumando cigarro eletrônico”.
Sebastiana Aparecida da Cruz, acrescenta que o ônibus que, atualmente, faz o percurso no qual os alunos serão embarcados para a nova escola, geralmente, para na porta de um bar para comprar bebidas alcóolicas. “O ônibus para na porta de um bar. Os alunos descem e compram pinga, mistura no tereré e tomam”.
Ana Tereza Rocha diz que “fechar a escola seria uma injustiça para as famílias e toda comunidade”. Ela diz que “a escola da Corixa serve também de unidade de saúde, local de reuniões e cursos. E, além disso, está próximo ao destacamento do Exército que garante segurança dos alunos e da comunidade”