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Psiquiatra reforça alerta sobre abuso na utilização de telas por menores: 'nada antes dos 2 anos'
Por Júlia Oviedo/Hipernotícias
22/09/2023 - 19:03

Foto: HNT

O uso excessivo de telas pode causar prejuízos e até mesmo influenciar na incidência de transtornos mentais em crianças e adolescentes. É o que afirma a psiquiatra e professora de Medicina, Luana Frick, convidada da semana na Entrevista do HNT TV.

“O uso excessivo de telas em geral, inclusive de televisão, tem sido comprovado cientificamente que causa um prejuízo muito significativo na criança, sendo que de 0 a 2 anos é proibido o uso de telas”, pontuou a médica.

De acordo com Luana, a recomendação se deve principalmente ao fato de que de 0 a 2 anos de idade a criança passa pelo período do desenvolvimento social, em que ela aprende a socializar e ter contato com outras pessoas e, a partir do momento em que ela é estimulada à utilização de telas, pode haver um comprometimento neuronal, que pode ocasionar até mesmo o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Outros prejuízos destacados pela psiquiatra são as alterações no sono, já que o corpo deixa de produzir a melatonina, que é o hormônio do sono. Outro problema que a psiquiatra atende em seu consultório, voltado ao adolescente, é com relação aos “nudes” e jogos que promovem o autoflagelo, como foi o caso da Baleia Azul, que ganhou os noticiários de todo o país.

“Isso faz com que o adolescente fique muito exposto e correndo o risco de sofrer uma violência. Então, a tecnologia para a criança e o adolescente só é boa quando é voltada para os estudos”, explicou a psiquiatra.

A recomendação de utilização de telas, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) é que até os dois anos de idade a criança não utilize nenhuma tecnologia, de dois anos a 11 anos de idade, a criança utilize telas até uma hora por dia e, dos 12 anos em diante, passe a ser de no máximo duas horas.

TRANSTORNOS MAIS COMUNS

Ainda na entrevista, a médica explicou quais são os transtornos mais comuns que podem ser diagnosticados em crianças e adolescentes. Um deles é o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), que pode estimular tanto a impulsividade da criança quanto a falta de atenção.

Já o Transtorno Opositor Desafiador (TOD) é relacionado às crianças que têm dificuldades para receber regras, costumam culpar o outro por coisas que fazem, além de ter muitos ressentimentos.

O Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) leva a criança a ter pensamentos instrusivos e persistentes, fazendo com que ela tenha comportamentos de compulsão, como lavar as mãos repetidamente, arrumar objetos simetricamente, entre outros.

Por fim, o Transtorno Afetivo Bipolar (TAB), em que a criança tem uma mudança grande de polos, oscilando entre estados de depressão, normalidade e euforia.

Havendo suspeita em qualquer um dos casos, Luana recomenda que os responsáveis pela criança ou adolescente procurem um médico psiquiatra para fazer uma avaliação do caso e um posterior diagnóstico.

VEJA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA

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