Um grupo de militares lotado no 6° Batalhão da Polícia Militar, em Cáceres- 210 quilômetros Oeste de Cuiabá -', procurou a reportagem para relatar toda a situação ocorrida no último final de semana, que envolveu o casal policial- o oficial S. Ferreira e a praça Luana da Força Tática.
De acordo com esses policiais militares " inverdades" estão sendo disseminadas em setores da imprensa para encobertar os verdadeiros fatos que, segundo eles, poderia ter desdobramento pior do que se sucedeu em São José do Rio Claro.
Os praças revelaram à reportagem que no final da tarde da última quinta feira, a viatura sob o comando de um Sargento e outro praça, foi acionada para atender uma ocorrência cuja à natureza seria de violência doméstica.
O endereço seria no Residencial Bandeirantes a sudeste da cidade, uma área densamente povoada com três grandes conjuntos habitacionais, além de abrigar a Cidade Universitária- Unemat.
A viatura chegou no imóvel- versão dos praças- foi recebida à balas com vários disparos. A opção foi de fazer um recuo estratégico e comunicar o oficial de dia, e ainda solicitar reforços.
Esses militares demonstram revolta, tendo em vista que no boletim de ocorrência não há qualquer referência aos tiros que poderiam atingir e até matar os companheiros de fardas que foram deslocados para atender a situação. Eles apontam ainda que imagens de câmeras de segurança, podem confirmar essa versão.
Outra indignação dos praças se refere ao fato alegado pelo oficial de estar passando por tratamento "psiquiátrico " estar portando armas. Eles questionam porque a arma tanto de uso pessoal quanto da corporação deveriam estar sob cautela da PM até que se recuperasse à capacidade mental.
" Foi um milagre de Deus, não ter ocorrido uma das maiores tragédias da PM de Mato Grosso, policiais contra policiais com civis ao meio, essa ocorrência não pode, não deve simplesmente encerrar por aí, cadê a perícia na arma, cadê uma apuração isenta, civis também correram riscos sérios com os disparos " aponta um dos militares.
A reportagem esteve no local, ouviu diversos cidadãos que confirma essa denúncia. Um deles, vizinho do casal de policiais, revelou que seguia para cortar o cabelo no Salão do Jean, quando se surpreendeu com uma viatura e uma rajada de balas cortando o ar. Temendo receber uma bala perdida, optou por recuar e adiou a ida ao salão. "Era bala para todos os lados, voltei deitei no chão até que horas depois se acalmou " narra o morador.
Já outra moradora próxima da casa onde se desenrolou à confusão, conta que haviam muitos curiosos quando a primeira viatura entrou no bairro, mas depois- segundo ela- do "pipoco " só restaram policiais militares e o bairro ficou pequeno para tantas viaturas, inclusive do Samu.
O grupo que procurou a reportagem solicitou sigilo de seus nomes, esclarecendo que não estavam em serviço no dia da ocorrência. Contudo, a postura deles foi de solidarizar com os colegas que correram riscos de morte nessa ação.
A cidade de Cáceres, ainda ressente com a morte prematura do sargento Gabriel Castella Cardoso,34 ocorrido no interior do quartel no município de São José do Rio Claro .
Castella era natural de Cáceres foi sepultado no município tendo um dos maiores cortejos fúnebre já ocorrido na cidade, desde a área central onde foi velado até o Cemitério Park dos Ipês fila quilométrica de carros se formou para se despedir do militar.
Colegas de trabalho de Castella vieram de São José do Rio Claro para se solidarizar com a viúva e com a mãe do praça senhora Ivone Castella, figura muito querida na cidade onde ganha à vida num ponto de venda de lanches.
O comando local através dos oficiais Othony e Luís Marcelo garantiram sepultamento com honras militares ao sargento Gabriel Castella Cardoso.
Para reportagem um amigo da família disse que espera uma apuração minuciosa de toda a circunstância dessa tragédia. Conforme essa fonte, Castella já temia pela sua vida, mesmo antes do acontecimento, tanto que teria confidenciado à parentes e um vereador de São José do Rio Claro, essa probabilidade que segundo o amigo se confirmou " infelizmente "
(João Arruda é jornalista em Cáceres)