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CASO RUBSON - Seis PM's envolvidos em desaparecimento de pedreiro de Cáceres serão inquiridos em maio
Por Pedro Coutinho
24/03/2024 - 13:38

Foto: reprodução

Audiência de instrução para inquirir os seis policiais réus por sequestrarem e desaparecem com o pedreiro Rubson Faria dos Santos foi designada para o dia 2 de maio, às 14h, pelo juiz José Eduardo Mariano, da 1º Vara Criminal de Cáceres. Sessão estava marcada para o dia 15 de março, mas foi reagendada a pedido do Ministério Público.

Conforme a denúncia, são réus pelo paradeiro os militares Kristian Batista Maia (soldado), Rodrigo da Silva Brandão (soldado), João Eduardo Silva (cabo), Eliézio Francisco Ferreira dos Santos (soldado), Jeferson da Silva Leal (soldado) e André Filipe Batista da Silva (primeiro tenente). Eles foram acusados por abuso de autoridade, ocultação de cadáver e fraude processual e homicídio. A denúncia foi recebida pela juíza Helícia Vitti Lourenço em março de 2022, e os seis tornaram-se réus.

Rubson desapareceu no final de janeiro de 2021, em Cáceres. Dados de geolocalização da viatura da Polícia Militar em que entrou mostraram que o camburão ficou três minutos em um local ermo da cidade, que é bastante escuro e fica próximo da beira de um rio e de açudes. Ele foi levado inconsciente por policiais militares, em 29 de janeiro. Segundo familiares e vizinhos, a casa da vítima foi invadida pelos agentes que agrediram o pedreiro até deixá-lo sem consciência, quando foi levado.

Rubson não foi levado para uma delegacia para registro de boletim de ocorrência, nem para uma unidade de saúde. Diante disso, a família passou a buscar informações. Um dia antes do desaparecimento, a esposa e o marido teriam sido abordados pela Polícia
Militar por causa de um carro que compraram há cerca de 15 dias. Ambos não sabiam, mas o veículo era roubado e teve que ser apreendido.

Em depoimento, o enteado da vítima disse que no dia do episódio se deparou com policiais militares do GAP destratando e batendo em seu padrasto, sendo que um desses PMs ordenou que ele saísse do local. Uma mulher, que estava passando pelo local de motocicleta com o marido e parou para observar a situação, disse que viu os policiais militares saírem na viatura, mas não chegou a
ouvir gritos ou pedidos de socorro.

Ao todo, cinco pessoas afirmaram – em depoimento - ter ouvido o pedreiro gritando por socorro, sendo que uma delas confirma ter escutado barulhos parecidos com pancadas e agressões.

A viatura, segundo relatório, permaneceu parada/desligada das 23h06 às 00h13, na avenida 7 de setembro, no Centro de Cáceres. Tendo se deslocado após isso pelas vias da cidade, parando novamente às 00h42, na rua Joaquim Murtinho. Das 00h54 às 01h29, o veículo permaneceu na Radial Um.

De 01h40 às 02h06, a viatura esteve estática na avenida 7 de Setembro. Tendo parado novamente na avenida Pedrino Alexandrino Lacerda (que é uma estrada não-pavimentada e um local bastante escuro à noite), das 02h16 às 02h18, retornando para a primeira via às 02h33 e ficando lá até ás 02h45.

Ao realizar a checagem das coordenadas do endereço onde a viatura permaneceu desligada/parada por aproximadamente três minutos (avenida Pedrino Alexandrino Lacerda), através do site Google Maps, pode-se verificar que é uma área rural (região de sitiantes), que possui lagoas/açudes e o rio Paraguai nas proximidades.

 

 

 

 

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