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Em Cáceres, bolicho completa 80 anos
Por João Arruda
21/06/2024 - 20:42

Foto: Jornal Cacerense

Nos arredores do Centro Histórico de Cáceres- à Oeste de Cuiabá-, um pequeno comércio resiste ao tempo com mais oito décadas de existência chamado carinhosamente de Bolicho do casal - Antônio Poconeano ( Este falecido) e Maria Poconeana.

Atualmente o comerciante Erivaldo Cruz,  está a frente do negócio seus irmãos e irmãs mudaram para Cuiabá junto à matriarca. 

O casal chegou a Cáceres no início da década de 1940,  oriundos de Poconé,  junto à levas de famílias que trocaram a Cidade Rosa,  pela Princesinha do Paraguai. 

Erivaldo,  explica que essa troca de cidade,  se deu por volta de 1943, quando o Brasil decide fazer parte dos  Aliados na Segunda Guerra,  cedendo 25 mil homens para combater na Itália. 

Aí Poconé,  cedeu dezenas de soldados que foram treinados no 2° Batalhão de Fronteira,  e de lá embarcavam no Vapor Etrúria até Corumbá, seguindo para Europa. 

Nessa migração intensa o casal abre o comércio na extinta estrada da Fazenda Ressaca, atual Avenida Getúlio Vargas, uma das extensas de Cáceres e das mais movimentadas. 

No pós Guerra,  a migração se intensifica em Cáceres,  com chegada de árabes , palestinos,  alemães e japoneses que aportavam à Cáceres.

Cruz, recorda que no Bolicho se vendia de tudo,  desde fumo de rolo,  rapadura,  pilha para lanternas,  rádios,  aguardente,  binga,  carne de sol, peixe seco,  tecidos,  munições,  lenha de angico, arroz, trigo,   feijão,  farinha estes vendidos a litro,  banha de porco, toucinho, chapéus,  botina,  ramona, espelhos, balas doces,  caderno, gibis, querosene, emulsão scott, ferro quina,  lamparina, grosa de ralar guaraná,  arco de pua, remo, gamela, panelas, coador,  coalho, criolina,  mata bicheira, algodão,  camisinha de lampião, seringa,  agulhas, alfinete,  botão dentre outras variedades.

Erivaldo que é ativista cultural no município,  se emociona ao falar sobre a história de sua família. Ele aponta que na esquina da Getúlio Vargas com a Opalas,  havia um palanque de aroeira com lamparinas à querosene que ao entardecer vinha o Lampareiro com uma pequena escada que acendiam iluminando os arredores atraindo a criançada para ouvir histórias e lendas de assombração,  minhocão,  cumbaru de ouro, pai do mato  , pé de garrafas dentre outras que assustavam à criançada. 

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