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Pastel, o eterno peão boiadeiro que hoje vende salgados e alegra o FIPe de Cáceres
Por Esdras Crepaldi
05/07/2024 - 14:24

Foto: Ronivon Barros

Rubens Lourenço Borges Gomes, mais conhecido como Pastel, é uma daquelas figuras que parecem saídas das páginas de um bom livro.

Ex-peão boiadeiro, por 40 anos conduziu tropas pelo vasto e encantador Pantanal de Mato Grosso, sempre à frente como ponteiro das boiadas. Hoje, aos 65 anos, ele se destaca entre os habitantes de Cáceres como uma das personalidades mais carismáticas e excêntricas da cidade.

A era das boiadas chegou ao fim, substituída pelos caminhões que agora transportam o gado. Foi assim que, há 16 anos, Rubens decidiu trocar os campos abertos pelas ruas da cidade, e os bois pelos salgados. Esse novo ofício lhe rendeu o apelido de Pastel, e, assim como um peão que se orgulha de seu cavalo, ele se orgulha de seus deliciosos quitutes.

Preocupado com o meio ambiente o ambulante carrega consigo um cesto de lixo e uma placa orientativa que traz a frase: “Não Jogue Lixo no Chão”. Acompanhando a evolução da tecnologia, para facilitar suas vendas ele aceita pix e cartão de débito ou crédito.

Pastel não abandonou sua essência boiadeira. Seus trajes ainda são adornados com lenços, metais e argolas, remetendo às vestimentas tradicionais dos peões. O couro, sempre presente, combina com suas roupas pretas, uma marca registrada que o torna inconfundível. É impossível não notar sua presença no pátio da Sematur, onde, desde o início do festival em 2 de julho, ele atrai olhares curiosos e clientes famintos.

Com um rádio sempre por perto, Pastel cria uma atmosfera animada, quase como se estivesse ainda nas vastas planícies pantaneiras, guiando seu rebanho ao som de músicas tradicionais. Sua simpatia e jeito exótico são irresistíveis, conquistando o coração de quem passa por ali. Muitas vezes, as pessoas pedem para tirar fotos com ele, e embora ele nunca condicione a foto à compra de seus salgados, sua gentileza e carisma sempre resultam em novas vendas.

Para os organizadores do FIPe, figuras como Pastel são tesouros culturais que enriquecem o evento. “Eles representam a alma cacerense, trazendo consigo histórias e tradições que transformam o festival em uma verdadeira celebração da cultura local. Pastel, com sua aura de boiadeiro e vendedor de sonhos salgados, é a personificação viva de um passado que continua a encantar e a inspirar.”, finalizam.

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