A Prefeitura de Cáceres lança, nesta quarta-feira (3), um inventário que cataloga as emissões locais de gases de efeito estufa (GEE) para subsidiar o planejamento de ações de enfrentamento às mudanças climáticas na cidade. A iniciativa é resultado de uma mentoria realizada com o apoio do Instituto Alziras, da Associação Brasileira de Municípios (ABM), da Frente Nacional de Prefeitos e Prefeitas e do Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e a Energia (GCOM), financiado pela União Europeia.

Com uma população de 89.681 habitantes, Cáceres construiu seu primeiro Inventário de Emissões de GEE, que identificou o setor de transporte como responsável por 68% das emissões locais. Os demais setores foram resíduos e energia estacionária, com 21% e 11%, respectivamente. O inventário é uma ferramenta fundamental para identificar as principais fontes de emissões e planejar medidas para reduzi-las.

Essa iniciativa faz parte de um movimento para capacitar cidades de pequeno e médio porte no Brasil para enfrentamento das mudanças climáticas, especialmente aquelas lideradas por mulheres. Dados da plataforma Sistema de Estimativa de Emissão de Gases - SEEG Municípios revelam que 88% das emissões nos municípios brasileiros ocorrem em localidades com até 100 mil habitantes, destacando a necessidade urgente de impulsionar a ação climática nos governos locais.

Este trabalho é resultado de uma mentoria organizada pelo Instituto Alziras, Associação Brasileira de Municípios, Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos e ICLEI, financiada pela União Europeia e com apoio técnico do Instituto Nosso Clima. Os municípios de Abaetetuba (PA), Barcarena (PA), Brasiléia (AC), Cáceres (MT), Carinhanha (BA), Cordeirópolis (SP), Formoso do Araguaia (TO), Francisco Morato (SP), Indiaroba (SE), São Cristóvão (SE), Jandaíra (RN), Sirinhaém (PE) e Sobral (CE) já construíram seus inventários que estão alinhados às melhores práticas globais para mitigar o aquecimento global, buscando garantir melhores condições de vida para suas populações.

Michelle Ferreti, diretora do Instituto Alziras, aponta a relevância dos mapeamentos e reforça também a necessidade de valorizar a participação política das mulheres na agenda ambiental. “Se, por um lado, as mulheres são as principais impactadas pelas mudanças do clima, elas também são portadoras de soluções para lidar com o problema. Temos acompanhado o papel central de lideranças femininas para a construção de políticas climáticas locais e a conclusão dos inventários é um exemplo prático disso.”, ressaltou.

A Prefeitura de Cáceres é signatária do Pacto Global de Prefeitos pelo Clima e a Energia (GCoM), que une mais de 13 mil cidades ao redor do mundo comprometidas voluntariamente com o enfrentamento às mudanças climáticas.