O gerente de uma agência da Caixa Econômica Federal (CEF) foi preso na tarde de ontem pela Polícia Federal durante a “Operação 13 de Junho”, que investiga o desvio de R$ 3,2 milhões do banco em nove cidades, sendo oito de Mato Grosso. Outras cinco pessoas foram presas - três delas são familiares do gerente. 

De acordo com as informações da PF, o gerente da agência bancária localizada na rua 13 de junho, no centro de Cuiabá, é tido como o líder do grupo. Ricardo Acosta simulava a contratação de empréstimos consignados em nome de terceiros, informando falsamente que o mutuário seria servidor público. 

Entre os presos também estão a correspondente bancária Marilisa Gomes e uma empresária, que seria parente do gerente. Identificada como Mirlene Antunes de França, ela foi presa no município de Denise (208 km de Cuiabá). Também foram presos Olímpio da Silva Damasceno, Azaíde Antunes de França e Onemberg Antunes de França. 

Todos prestaram depoimento e em seguida foram encaminhados para as penitenciárias. Um funcionário foi intimado para depor após a PF identificar que ele assinou um documento a mando de Acosta, que autorizava a liberação de um empréstimo. Apesar de confirmar o fato, o homem informou que não sabia que se tratava de um golpe. Os policiais não revelaram qual era a função de cada investigado no esquema. 

Marciano Xavier das Neves, advogado de Marilisa, contou que acompanhou o depoimento e afirmou que sua cliente não sabia que se tratava de uma fraude. Além disso, ele ressaltou que ela tomou conhecimento do problema após ter sua conta bloqueada. “Ela tinha o dinheiro na conta, mas não tirou. Uma pessoa que está agindo na má fé não deixaria o dinheiro na conta”, disse ao Diário. 

Os policiais estiveram na sede do banco por cerca de quatro horas e apreenderam vários documentos e computadores que vão passar pela perícia técnica. Durante a ação, o funcionamento da agência foi interrompido, apenas os caixas eletrônicos podiam ser acessados pelos clientes. 

No decorrer do dia, agentes cumpriram todos os mandados expedidos pela 5º Vara Federal de Mato Grosso, sendo 37 de busca e apreensão, 24 de condução coercitiva, além das seis prisões temporárias. As ações aconteceram em Cuiabá, Várzea Grande, Denise, Nova Marilândia, Arenápolis, Nobres, Novo São Joaquim, Cáceres e Morrinhos, em Goiás. 

A atuação da quadrilha começou a ser investigada em abril de 2014, após a instauração do inquérito policial. 

Segundo a polícia, os acusados responderão pelos crimes de gestão fraudulenta de instituição financeira, peculato impróprio, corrupção ativa, lavagem de capitais e associação criminosa. 

Por meio de nota à imprensa, a Caixa Econômica Federal afirmou que está contribuindo com a investigação e está disponível para responder qualquer requerimento da Polícia Federal.