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“Se tirar dinheiro de municípios, 80% das prefeituras vão quebrar”, diz deputado
Por redação com assessoria
06/06/2017 - 15:29

Foto: arquivo

Deputado defende que não se tire dinheiro do Fethab dos municípios para financiar Saúde

 
 
 
 

Membro da comissão da Assembleia Legislativa que irá discutir um mecanismo de financiamento da Saúde Pública de Mato Grosso, o deputado Adriano Silva (PSB) defendeu que o dinheiro não saia da parcela do Fundo Estadual de Transporte e Habitação (Fethab) destinado aos municípios.

 

Caso isso ocorra, ele acredita que 80% das prefeituras do Estado irão “quebrar”.

 

“É consenso que vamos tirar do Fethab, o que está quase eliminado é não pegar dinheiro dos municípios. Os municípios são o ponto mais fraco e se tirarmos dinheiro deles, vamos quebrar 80% das prefeituras”, disse em conversa com a imprensa, durante essa semana, pouco antes de uma reunião com o governador Pedro Taques (PSDB), no Palácio Paiaguás.

 

A proposta de tirar dinheiro do Fethab para financiar a Saúde foi feita pelo governador. Entretanto, ele tem sofrido pressão dos prefeitos e do agronegócio. Isso porque o fundo é dividido em três setores, sendo que uma parte vai para obras de pavimentação de novas rodovias e manutenção de estradas, que é o que almejam os empresários rurais. Outra parte fica com o Governo, que tem que dividir o valor com os municípios e os Poderes e instituições do Estado.

 

“As prefeituras são 141 construtoras que temos no Estado. Colocamos dinheiro lá e eles fazem as obras e investimentos que a sociedade necessita. E esse dinheiro já está comprometido até o final do ano. É a mesma coisa que você comprar uma roupa, parcelada em cinco vezes, e eu tirar o seu dinheiro. Como você vai pagar essa camisa? Então, estamos sensíveis nessa questão”, disse o deputado.

 

O parlamentar ressaltou que o Governo já conseguiu quitar uma dívida de R$ 162 milhões em atraso nos repasses dos hospitais regionais do Estado neste ano.

 

Porém, ele lembrou que ainda há uma dívida superior a R$ 30 milhões em relação a 2016. E que é preciso pensar em um meio de financiamento em longo prazo.

 

“Estamos buscando uma alternativa até o final do ano para pagar o passado, mas temos que criar um mecanismo para financiar a longo prazo. Porque são R$ 60 milhões por mês gastos na Saúde, mas a secretaria tem recebido pouco mais de R$ 30 milhões e tem ficado mais de R$ 20 milhões em aberto todo mês. Em 10 meses, são R$ 200 milhões de um novo déficit em aberto. É enxugar o gelo”, afirmou.

 

A comissão

 

Além de Adriano, outros quatro parlamentares estarão nessa comissão, proposta por Taques. Haverá, ainda, a participação da equipe econômica do Governo e de membros do Tribunal de Justiça e Ministério Público.

 

A ideia, até o momento, é pegar parcela do Fethab do agronegócio e dos Poderes.

 

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