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Os dois extremos da vida
Por por Wilson Carlos Fuah
11/03/2019 - 12:58

Foto: arquivo

Durante a nossa existência, desfrutamos de diferentes experiências sempre entre os dois extremos da existência, ora de intensos questionamentos e descobertas, ora de significativa maturidade e calmaria, em consonância com a fase em que vivenciamos.

 

Quando jovens, pensamos em aproveitar a vida ao máximo, sorvendo cada minuto como se fosse o último. Ao passo que na fase madura quase sempre nos assusta, e com o adiantado do tempo decorrido e enfrentamos dificuldades para entender e assimilar o final de ciclo que paulatinamente se aproxima. 

 

Quando as pessoas envelhecem, se tornam introspectivas e se voltam para o passado, tentando de alguma forma reativar e usufruir toda beleza e alegria “experenciada” no tempo passado, buscando desenvolver recursos internos para enfrentar o futuro, que traz em si a incerteza e a verdade existencial que limita e delimita as novas etapas futuras.

 

Os idosos geralmente projetam o futuro bem como suas realizações na perspectiva familiar que o cercam: na pessoa dos filhos, netos, bisnetos, buscando identificar e alcançar seus objetivos, realizações e satisfações nos projetos de vida traçados pelos entes familiares próximos. 


Por outro lado, para os jovens a morte é um tema remoto e muito distante, e está mais preocupado em viver seu momento intensivo de vida. A existência para eles é infinita e traz latente em seu bojo a alegria e a vitalidade existencial, própria desta fase, rica em determinação, coragem e intensa em expectativa de realizações. 

Para os idosos, a sensação é que a caminhada pode ser interrompida a qualquer tempo em função do extenso percurso decorrido. Assim, frente ao tempo limitado que se apresenta, passam a olhar em direção à janela do passado, revendo fatos importantes e se alimentando de experiências que geralmente os motivam e conferem mais sentido ao seu caminhar. Quase sempre vivem de retrospectivas, fixos às experiências que deram mais sentido a sua vida, tentando dessa forma driblar os desafios impostos pela idade e que se ampliam dia após dia. 

 

Apesar de a morte constituir um fato natural, certo, inevitável, comum e indistinto a todos, ninguém se prepara para recebê-la. O medo do desconhecido e da derradeira viagem desencadeia as sensações de inseguranças e apegos que prejudicam a caminhada espiritual das pessoas.

 

Apesar dos “reencarnacionistas” defenderem a tese que a vida não acaba com a morte e que esta é a libertação do corpo material e que a vida prossegue em outro plano, comumente se observa que, na realidade, ninguém esta preparado para dar esse passo e poucos têm o aceitamento natural para o retorno definitivo à pátria espiritual.

 

WILSON CARLOS FUÁH é economista e especialista em Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas.

 
 

 
 
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