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Aprendendo a amar
Por por Dumara Volpato
18/04/2019 - 14:20

Foto: arquivo

O quanto nos custa manter um relacionamento? Quais as dificuldades que você enfrenta em um relacionamento a dois? Hoje falaremos um pouquinho a respeito desse assunto.

Segundo a visão sistêmica, durante toda a nossa vida conhecemos e vivenciamos o amor através de cinco círculos. Nos artigos anteriores falamos um pouquinho do primeiro e segundo círculos, e hoje então falaremos do terceiro.

Bert Hellinger diz que vivenciamos esse amor quando nos encontramos na fase adulta. Em nossa caminhada recebemos a Vida de nossos pais (concepção), depois recebemos seus cuidados (infância e adolescência), crescemos e percebemos que falta algo para sermos completos. Então, saímos à Vida a procura daquilo que nos falta e encontramos um parceiro ou uma parceira e tem-se início um relacionamento. Nesse vínculo que se forma ganhamos a oportunidade de aprender a dar e receber. Veja bem, não é dar para receber, simplesmente dar e receber.

Vou citar um exemplo cotidiano onde essa troca pode acontecer:  em um casal, um dos parceiros  dirige muito bem e o outro nem tanto. Porém,  a outra pessoa cozinha muito bem, então, muitas as vezes um estará sempre dirigindo, quando necessário, e o outro, por sua vez, prepara a alimentação. Às vezes, uma das pessoas da relação oferece carinho e afeto, o outro, entretanto, oferece segurança e cumplicidade.  Nós estamos fazendo trocas a todo o tempo, todos os dias, e o que se observa na prática é que as relações que se mantêm por um longo período são relacionamentos onde o equilíbrio entre o “dar e tomar” está presente. Nessa troca, não se faz necessário que seja a mesma coisa, o mesmo “dar”, mas sim que haja uma justa compensação por aquilo que é recebido ou “tomado”,  como Bert Hellinger prefere usar.  

Para uma relação adulta não é necessário que doem na mesma medida, mas sim que ambos recebam para si na mesma medida. O importante aqui não é o quanto cada um dá ao parceiro, mas o que cada um consegue “tomar para si” do que o parceiro tem para lhe oferecer. Esse ato de “tomar”, às vezes é um pouco difícil, porque primeiramente é necessário entender que precisamos do outro e que o outro pode ter algo que nos falta.

Precisamos reconhecer o valor daquilo que “tomamos”, ou seja, sempre que tomamos algo, devemos reconhecer o valor disso e agradecer ao parceiro. Para que a relação flua e perdure,  é necessário que haja uma justa compensação. Cada casal, à sua maneira, pode encontrar  essa forma de compensação quando estão dispostos a “tomar para si ” do outro, o que este tem para lhe oferecer.  .

É de fundamental importância que nós, quando iniciamos um relacionamento, já tenhamos conseguido “tomar” tudo que nossos pais nos ofereceram, do jeito que foi, na fase da concepção, infância e adolescência. Desta maneira caminhamos para o relacionamento, em uma postura adulta, inteiros, sem a necessidade de exigir que o outro preencha o vazio que existe em nós. Quando assumimos um relacionamento nessa postura adulta, estamos aptos a receber o outro na sua maneira de ser, acompanhado daquilo que nos completa. O ato de receber reciprocamente cria um vínculo imenso, ele une profundamente o casal. Somente os adultos são capazes de ter relacionamentos plenos e duradouros. A atração aproxima o casal e o amor os une, porém o equilíbrio entre o “dar” e o “tomar” é o que mantém esse relacionamento.

(*) DUMARA VOLPATO é advogada e Terapeuta em Constelação Familiar  com Curso em Hellinger Sciencia pelo Instituto Hellinger do Brasil; Formação em Constelação Familiar pelo Instituto CreSer de Campo Grande – MS; Curso de Aprofundamento em Novas Constelações e Curso de Análise Transacional pelo Instituto de Constelações Familiares Brigitte Champetier; e Praticante Profissional de Cura Reconectiva e Reconexão, pelo The Reconection, Califórnia – EUA. E-mail: dumaravolpato@gmail.com

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