Somente em Cuiabá, no ano passado, os comerciantes inscritos no programa Peixe Santo – realizado anualmente na capital – venderam 115 mil quilos de peixe na semana da Páscoa. Isso sem contar o comércio de pescado em supermercados e peixarias, que não participam no projeto.
Para economizar dinheiro, tempo e não ter desperdício de alimento, é importante começar pelo planejamento. O Procon estadual aconselha realizar uma pesquisa de preços em feiras livres, pontos de vendas temporários, peixarias e supermercados e ir às compras com antecedência, pois de última hora os produtos tendem a ficar mais caros. Além disso, é preciso calcular a quantidade de alimento necessária e estipular um valor máximo a ser gasto, avaliando as prioridades.
Quem não abre mão de ter peixe no cardápio está sempre atento no momento das compras. É o caso do ator cuiabano e publicitário Eduardo Butakka, que este ano representou Mato Grosso em um reality show de gastronomia com um menu à base de peixes de água doce, encontrados em Mato Grosso. A primeira dica do ator é procurar fornecedores que dispõem de mercadorias de qualidade. “O consumidor deve procurar, primeiramente, um bom fornecedor; peixarias com grande rotatividade do produto e que tenham tradição no mercado”, recomendou.
Também é importante estar atento às condições de armazenamento e higiene do local de venda do pescado. Analisar o ambiente e identificar eventuais irregularidades são essenciais na escolha um local seguro para realizar a compra. Butakka, que faz da cozinha um lazer, prefere comprar em peixarias especializadas.
“Mas de todo modo é preciso sempre checar a mercadoria”, alerta. “Estar atento ao peixe que é vendido cortado, à coloração, textura e densidade da carne. O congelamento em excesso altera essa textura. Perguntar quando foi a extração; o peixe do dia sempre é o mais indicado, para evitar que fique muito tempo congelado”.
A Coordenadoria de Educação para o Consumo do Procon-MT faz um alerta sobre a conservação do pescado. No caso do peixe fresco, deve estar em local refrigerado ou sob espessa camada de gelo. O ambiente deve estar limpo, livre de insetos, poeira, pedaços de plásticos, e o pescado não pode estar armazenado próximo a produtos químicos, como sabões e detergentes.
Se o pescado estiver inteiro, lembra Eduardo Butakka, o consumidor deve observar a coloração das escamas, pois elas ajudam a preservar as propriedades do peixe. As escamas devem estar firmes, translúcidas e brilhantes. Já a pele deve ter bom aspecto, estar úmida, aderida, sem furos, cortes ou manchas.
Outra dica é verificar o globo ocular, pois quando o peixe está fresco a aparência dos olhos é mais viva e brilhante do que quando ele está congelado há algum tempo. “O congelamento altera as cores do peixe, deixando-o mais opaco”, finalizou Butakka.
Mas se o consumidor optar pelo peixe congelado, a dica do Procon é verificar se o freezer do estabelecimento permanece ligado ininterruptamente. Ao observar sinais de descongelamento, a orientação é não comprar. Além disso, é bom sempre verificar a data de validade e as orientações para a boa conservação do produto. Em casa, uma vez descongelado, o peixe não pode ser congelado novamente.
Para garantir um cardápio gostoso e saudável nesta Páscoa, confira outras dicas do Procon-MT:
Comércio e embalagem
Escolha um local com boas condições de higiene, limpeza e organização. Em feiras livres, peixarias ou supermercados, observe se estão acondicionados adequadamente. Nada de embalagens rasgadas, violadas, amassadas ou com sinais de contaminação. A embalagem deve indicar o nome do fabricante, endereço, selo do serviço de inspeção municipal, estadual ou federal. O atendente deve estar devidamente uniformizado e equipado com luvas, touca, máscara e roupas limpas.
Secos e enlatados
Fique atento, pois muitos mercados anunciam como bacalhau todo tipo de peixe salgado seco! Observe as informações na embalagem do produto: tipo do peixe, fabricante, peso líquido, data da embalagem, prazo de validade e orientações de conservação e preparo e informação nutricional. O peixe seco deve estar firme e sem odor desagradável. A mesma dica do bacalhau vale para os enlatados, pois algumas marcas anunciam o produto como atum, quando na verdade são outros peixes.
Seus direitos
O direito à informação é fundamental na relação consumidor - fornecedor. Por isso, o fornecedor é obrigado a manter no estabelecimento comercial - ou feiras livres - a tabela de preços por quilograma. Os produtos devem estar dispostos de modo a não induzir o consumidor a erro. Caso o pescado esteja embalado, verifique se peso e preço são os mesmos nos caixas. Em caso de diferenciação, o consumidor pagará sempre o menor valor.