Araputanga: mulher é candidata e nem sabia
Por Folha de Araputanga
30/07/2012 - 11:19
Foto: Folha de Araputanga
A cota eleitoral de gênero pode ser considerada uma inovação trazida à cena pela Lei 12.034/09 que impõe uma “camisa de força” nestas eleições aos dirigentes partidários e todas composição de uma chapa política.
Essa inovação obriga definitivamente à agremiação partidária que disputa a eleição, através de coligação, ou não, que, do número de vagas, preencha o mínimo de 30% e o máximo de 70% para candidaturas de cada sexo.
Na verdade a legislação assegura a participação de homens e mulheres no cenário político nacional e, ninguém nega que a cota eleitoral de gênero quer garantir uma maior participação das mulheres na vida política brasileira.
Na 41ª Zona Eleitoral, porém, pelo menos um caso chama atenção. Na proporcional, a candidata Juliana Pereira da Silva disputa a eleição pelo PDT na coligação “Com a Força do Povo”. O detalhe é que, quando tratamos da questão, ela não aceita que tenha assinado autorização para figurar seu nome entre as candidatas.
Para esclarecer a situação, Juliana compareceu ao Cartório Eleitoral acompanhada de advogado e solicitou a documentação para conferências. A reportagem da Folha de Araputanga acompanhou o momento: eram 16h52min de sexta-feira, 27 de julho. Ela não reconheceu como sua, a assinatura no documento de registro de candidatura e, disse não saber quem fez a assinatura com seu nome.
Ainda no Cartório Eleitoral de Araputanga, Juliana não aceitou como sendo sua, a foto disponível no site do TSE na página DivulgaCand e, assinou uma certidão declarando “Que não tem e nunca teve interesse em lançar sua candidatura”.
Ao investigar mais detalhado esse caso descobrimos que a coligação “Com a Força do Povo”, união dos partidos PDT/PMDB registrou, no dia 07 de julho, a candidatura de Juliana Pereira da Silva que recebeu o número 12.012 como candidata.
Além da candidata que não se reconhece como tal, na mesma data a coligação registrou como candidatos: Geonias Ferreira Viana e Maria Lúcia Santos Cruz. Ocorre que, apesar desses nomes constarem na Comissão Provisória do PDT araputanguense, a Justiça Eleitoral, declara em certidão emitida através do site do TSE que os nomes acima, não estão filiados a partido político, ou seja, o TSE não os reconhece sequer como filiados, condição necessária para a investidura na candidatura.
Quem se apresenta como presidente do PDT em Araputanga é o Sr. Jaconias Viana Lemos, porém, o Tribunal Superior Eleitoral emitiu certidão em 24/07/12 onde aponta que o Sr. Jaconias, também, não está filiado a partido político.
Filiações a parte, o assunto em foco é o status político de Juliana Pereira da Silva que nega que tenha assinado autorização para que seu nome figure como candidata pelo PDT em Araputanga. Essa afirmação é tomada tão a sério que um boletim de ocorrência policial foi registrado na Delegacia de Polícia Municipal de Araputanga, para que os fatos sejam apurados.
A reportagem da Folha está em busca da identificação dos partidos que abrigam, pelo menos, outros dois casos de mulheres que descobriram que seus nomes estão na lista de candidatas. Essa informação está circulando nos bastidores da política.
Uma fonte que pediu para não ser revelada contou que uma dessas mulheres foi contratada e deverá trabalhar em um dos comitês, onde será remunerada, para que o caso não se torne público. O outro caso estaria em uma das comunidades rurais.
OUTRO LADO
Nossa reportagem procurou o presidente da provisória do PDT de Araputanga. Por telefone, às 22h00min o presidente, Sr. Jaconias disse que estava em Pontes e Lacerda-MT. Ele revelou que Juliana teria, sim, assinado os documentos de filiação. Quando tomou conhecimento que ela esteve no Cartório Eleitoral, onde não reconheceu sua assinatura e, que registrou uma Ocorrência Policial para os fatos serem investigados, Jaconias ficou de apresentar sua versão na segunda-feira, dia 30 de julho, quando estará em Araputanga.