a mulher morreu em fevereiro deste ano e exames comprovam que a causa foi o espancamento
A Polícia Civil de Cáceres prendeu ontem Adauto da Costa, de 23 anos, suspeito de espancamento contra Renilda Francisca Vieira da Silva, de 43 anos, que, em decorrência dos maus tratos, morreu em fevereiro deste ano. Ele nega o fato, afirmando que a mulher, com a qual convivia, teria se machucado devido a um tombo. Renilda morreu na casa de sua mãe. Desde então, a mãe vai quase todos os dias à Delegacia de Defesa da Mulher, acompanhando as investigações. Hoje, a delegada Judah Maali Pinheiro Marconsdes explicou que aguardava os exames feitos na vítima, que comprovaram que ela morreu devido aos espancamentos sofridos, o que tornou possível a prisão do agressor, que é morador do bairro Massa Barro.
Relembre o caso:
Delegacia da Mulher investiga morte de mulher que foi espancada pelo amásio
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A Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cáceres, está investigando a morte da aposentada Renilda Francisca Vieira da Silva, de 43 anos, supostamente vítima de agressão praticada por seu companheiro, um rapaz de 23 anos. No dia 15 deste mês, a vítima chegou a casa de sua mãe, localizada no bairro Jardim Padre Paulo, bastante machucada e se queixando de dores. Sua irmã relatou à reportagem que ela ficou cinco dias na cama, chorando dia e noite. A mãe pedia para que ela procurasse ajuda, mas ela se negava, afirmando que “não queria procurar a polícia, porque se procurasse, o agressor iria matar seus filhos”. Além da tortura física, ela era ameaçada.
Renilda se aposentou jovem porque sofria de transtornos mentais. “Ela foi diagnosticada com uma mancha no cérebro e ficou um bom tempo internada no Hospital Adauto Botelho, em Cuiabá”-contou a irmã. “Ela deixou três filhos, todos maiores”.
Ao se envolver com o jovem, Renilda foi morar na casa dele, no bairro Massa Barro. Várias vezes voltou à casa da mãe, depois de ser espancada. “Mas quando chegava perto da data em que ela recebia a aposentadoria, ele ia busca-la. Adulava, a chamava de “amorzinho”, e ela acabava voltando. Então ele a levava ao banco, e a aposentadoria ficava com ele, que é usuário de drogas. Pelo que sabemos, antes ele morava com a mãe, que fugiu da casa pois também era espancada. Ele vivia da aposentadoria da minha irmã, e quando o dinheiro acabava, vinham as agressões”-disse a irmã da vítima.
Na Delegacia da Mulher, a vítima registrou dois boletins de ocorrência, ambos por lesão corporal e ameaças. Um no dia 05 de dezembro de 2013 e outro no dia 28 de fevereiro de 2014. “Mas ela não levava a queixa adiante. Tinha muito medo”-diz a irmã.
No dia 19, após almoçar, Renilda voltou para a cama e dormiu. Como demorava a acordar e a mãe não estava nem ouvindo seus gemidos, foi ver o que estava acontecendo. Ela estava morta. Inicialmente o caso foi tratado como morte natural. A funerária levou o corpo até o Pronto Atendimento Municipal, para que o médico pudesse atestar o óbito. No entanto, ao ver o corpo, o médico plantonista do PAM o encaminhou para o Instituto Médico Legal, para que fosse feita a autópsia. A causa da morte está como ‘indeterminada’ e foram coletadas amostras de sangue e de um fluído que saia dos ouvidos da vítima, para exames que serão feitos em Cuiabá e deverão demorar trinta dias para ficar prontos.
Renilda tinha marcas de perfuração na cabeça, queimaduras de cigarro pelo corpo, hematomas por todo o corpo e machucados nas coxas. O inquérito que apura os fatos foi instaurado no dia 23. A Polícia informa que o caso está sob investigação. A mãe da vítima foi ouvida e o suspeito está sendo procurado. No B.O., consta apenas um nome, de Adauto da Costa, como o suspeito pelos espancamentos que resultaram na morte de Renilda.
fonte: Diário de Cáceres