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'Loa sonhos'
Por por Rosildo Barcellos
31/08/2015 - 08:17

Foto: ilustrativa

 Para aqueles que me consideram um escritor, eu agradeço. Mas adianto que os escritores não me querem na classe deles.  Sou um contador de histórias, na melhor da hipóteses, posto que, quando escrevo meu verbo não se aninha em concordar com o sujeito. Adoro trocar o substantivo simples pelos compostos, gosto de juntar o que se separou e por isto o título “Loa Sonhos” - Loa  é o  discurso elogioso em que se enaltece o mérito de alguém, de algum feito, ou de algo; e sonho é justamente o que o autor do livro "Girobrasil Duas Rodas" buscou transmutar em realidade. E isto me fez lembrar Mário Quintana quando dizia – “Se as coisas são inatingíveis...ora! Não é motivo para não querê-las... Que tristes os caminhos, se não fora a presença distante das estrelas”.

   E ouvindo o relato do autor, numa breve entrevista em sua residência, aonde compartilhávamos do diálogo a talentosa Ayana, do Grupo Jóias do Oriente, chegamos a conclusão que nossas vidas fluem melhor se a entendermos como sinônimo de entrega aonde transitam opostos complementares e desta feita, independente do tempo que voa, ficam gravadas as lembranças, enquanto nosso olhar parte em busca das cenas dos tempos vividos. E quem vai folheando o Giro Brasil Duas Rodas vai percebendo justamente a certeza da incerteza e que a sabedoria justamente nasce na dúvida. E neste ponto reside o ensinamento de Eduardo Romero: “Não podemos deixar que as pessoas aproveitem-se de nossas dúvidas e incertezas guardadas, sob  pena de ver rescindidos nossos sonhos” – assevera.

    São 160 páginas de histórias vividas de uma viagem feita em duas etapas, durante oito meses, por mais de 20 estados do Brasil e 33 mil quilômetros, aonde se misturaram poeira, terra, anônimos acolhimento, saudades, paisagens e muita história pra contar de uma viagem sem roteiros, mas uma certeza indelével: “Deus está Comigo”  O livro  transporta-nos a um mundo mágico, puro e nostálgico, mas que por incrível que pareça é real. É o nosso Brasil, o país que amamos, dono da terra que cai o nosso suor, e que se o quisermos diferente, nós é que temos de arregaçar as mangas e começar ... no quintal de casa.

     Por isto, sua leitura é envolvente e carregada de humanidade e de tudo que cada um de nós sente em seu cotidiano. E além de toda esta carga emocional dentro das páginas, parte da renda obtida de sua comercialização é destinada ao atendimento social nas comunidades carentes, o Projeto Escola de Mães (que desperta cidadania nas mulheres e apoio de como manter a disciplina com os filhos) Resta-nos dizer que da época da aventura, há quase uma década, o próprio autor sentiu mudanças no Brasil e nele mesmo, com o fenecimento da mãe e depois do pai e por este e tantos motivos quem lê o livro é impulsionado a comentar, e sugerir sua leitura e foi o que fiz, pois uma das garantias de aprendizado neste livro foi justamente, como manter a autoestima diante das adversidades.

Rosildo Barcellos

*Articulista

 

 

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