A Polícia Federal instaurou um inquérito para apurar a tentativa de uma equipe da TV Centro América de atravessar a fronteira da Bolívia com o município de Cáceres (250 km de Cuiabá) com 230 quilos de pó de giz com invólucros semelhantes ao utilizado no transporte de cocaína. Segundo a equipe de televisão, a intenção era a produção de uma matéria explorando a fragilidade da fiscalização na fronteira.
Nos dois veículos utilizados pela emissora, o jornalista Alex Barbosa e outros três funcionários foram flagrados por policiais do Grupo Especializado em Segurança de Fronteira (Gefron) com os 169 tabletes da substância. Todos os envolvidos foram encaminhados junto com o entorpecente até a Delegacia da Polícia Federal.
Ao delegado Adair Gregório, os funcionários da emissora afiliada a Rede Globo explicaram que estavam apenas produzindo uma reportagem para mostrar que poderiam cometer o crime de tráfico internacional sem serem pegos pelas autoridades. A reportagem trataria da fragilidade na região de fronteira, facilitando a entrada de entorpecentes no Brasil.
O suposto entorpecente foi passado por uma perícia preliminar, que não constatou a presença da droga. Mesmo assim, o material foi encaminhado ao Setor Técnico-Científico da Polícia Federal em Cuiabá para perícia detalhada.
Ainda de acordo com a PF, os diretores da emissora deverão ser ouvidos no transcorrer do inquérito. Os quatro funcionários foram liberados após prestarem esclarecimentos.
O secretário de Estado de Segurança Pública Mauro Zaque, cobrou que a emissora transmita a reportagem mostrando a eficiência da tanto do Gefron, quanto da Polícia Federal em frustrar a tentativa tráfico de drogas simulada pela equipe de TV.
Zaque explicou que 4 equipes do Gefron e 5 policiais federais foram designados para atender a ocorrência, gerando gastos desnecessários ao poder público. A Secretaria de Segurança também fará investigação da situação envolvendo a emissora.
"O caso vai ser analisado em razão de ter desviado as forças de segurança pública do seu objetivo, deixando a fronteira desguarnecida, o que causou também prejuízo aos cofres públicos com emprego de força pública para atender uma demanda pessoal e de interesse particular da emissora", declarou.