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Os 100 melhores filmes feitos no Brasil
Por ENOCK CAVALCANTI/ Diário de Cuiabá
01/12/2015 - 12:59

Foto: ilustrativa

“Limite” de Mário Peixoto é escolhido o melhor filme brasileiro de todos os tempos


O complexo de vira-lata do brasileiro se manifesta com muita força na hora de falar da produção nacional de cinema. O filme brasileiro é sempre alvo de críticas, havendo muitos que garantem que não perdem tempo indo ao cinema para ver filme nacional. Taí um preconceito cultural que será preciso muitos e muitos anos para vencermos. 

Como parte desse esforço, identifico a iniciativa da Abraccine - Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine), que consultou 100 críticos de cinema e jornalistas especializados do país para definir um ranking dos 100 melhores filmes produzidos aqui no Brasil, desde que o cinema foi inventado. Na minha opinião, a lista é um demonstrativo de que cineastas brasileiros já produziram obras marcantes. Suficientes para justificar os crescentes investimentos que se fazem na produção cinematográfica em nosso País. 

Único longa-metragem dirigido por Mario Peixoto e apresentado pela primeira vez em 1931, ‘Limite” ficou consagrado como o melhor filme brasileiro de todos os tempos, de acordo com o ranking da Abraccine. Quem ainda não o viu, que trata de suprir esta sua carência cultural e perceba que a arte cinematográfica é exercitada com criatividade, entre nós, há muito tempo. 

Em segundo lugar aparece “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964), de Glauber Rocha, um dos filmes mais importantes do movimento do Cinema Novo. “Vidas Secas”, de Nelson Pereira dos Santos, baseado no livro homônimo de Graciliano Ramos, lançado em 1963, fecha o G3 do cinema nacional, na terceira posição. 

A lista não se limitou aos longas, com o impactante “Ilha das Flores” (1989), de Jorge Furtado, aparecendo muito bem na lista, ocupando a 13ª colocação. Também não houve distinção entre ficção e documentário, gênero que tem em “Cabra Marcado para Morrer” (1984), de Eduardo Coutinho, o seu representante melhor ranqueado, no quarto posto. 

Já está definido que o levantamento da Abraccine é o ponto de partida do livro “Os 100 Melhores Filmes Brasileiros”, que será lançado em 2016, pela editora Letramento, primeiro de uma série de publicações coordenada pela entidade. O livro reunirá ensaios sobre cada um dos filmes mais votados, escritos pelos principais críticos de cinema do país. Eis ai um livro para se aguardar com boa expectativa. 

“Foram citados 379 filmes, número surpreendente para uma cinematografia construída sobre ciclos. Mesmo os que ficaram de fora dos 100 melhores têm a sua contribuição na história do cinema do país, o que nos ajuda a perceber a grandeza de nossa produção”, observa Paulo Henrique Silva, presidente da Abraccine. 

Ele registra que os principais movimentos estão representados no ranking, dos diretores pioneiros como Humberto Mauro e Mario Peixoto e da chanchada à fase de retomada da produção nacional, passando pelo Cinema Novo e pelo Udigrudi. Também não foram esquecidos diretores que tiveram uma carreira singular no cinema brasileiro. 

É o caso de José Mojica Marins, o criador do personagem Zé do Caixão, durante muitos anos o único realizador a trabalhar com o terror. Marins aparece três vezes na lista, com À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964), 46º posto, O Despertar da Besta (1969), 55º, e Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver (1966), 90º. 

Glauber Rocha é o diretor com maior número de citações: cinco. Foram lembrados Deus e o Diabo na Terra do Sol (2º), Terra em Transe (5º), O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (33º), A Idade da Terra (57º) e Di (88º). 



OS 10 MELHORES FILMES BRASILEIROS DE TODOS OS TEMPOS 



Limite (1931), de Mario Peixoto 

Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), de Glauber Rocha 

Vidas Secas (1963), de Nelson Pereira dos Santos 

Cabra Marcado para Morrer (1984), de Eduardo Coutinho 

Terra em Transe (1967), de Glauber Rocha 

O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Rogério Sganzerla 

São Paulo S/A (1965), de Luís Sérgio Person 

Cidade de Deus (2002), de Fernando Meirelles 

O Pagador de Promessas (1962), de Anselmo Duarte 

Macunaíma (1969), de Joaquim Pedro de Andrade 

Central do Brasil (1998), de Walter Salles 

Pixote, a Lei do Mais Fraco (1981), de Hector Babenco 

Ilha das Flores (1989), de Jorge Furtado 

Eles Não Usam Black-Tie (1981), de Leon Hirszman 

O Som ao Redor (2012), de Kleber Mendonça Filho 

Lavoura Arcaica (2001), de Luiz Fernando Carvalho 

Jogo de Cena (2007), de Eduardo Coutinho 

Bye Bye, Brasil (1979), de Carlos Diegues 

Assalto ao Trem Pagador (1962), de Roberto Farias 

São Bernardo (1974), de Leon Hirszman 

Iracema, uma Transa Amazônica (1975), de Jorge Bodansky e Orlando Senna 

Noite Vazia (1964), de Walter Hugo Khouri 

Os Fuzis (1964), de Ruy Guerra 

Ganga Bruta (1933), de Humberto Mauro 

Bang Bang (1971), de Andrea Tonacci 

A Hora e a Vez de Augusto Matraga (1968), de Roberto Santos 

Rio, 40 Graus (1955), de Nelson Pereira dos Santos 

Edifício Master (2002), de Eduardo Coutinho 

Memórias do Cárcere (1984), de Nelson Pereira dos Santos 

Tropa de Elite (2007), de José Padilha 

O Padre e a Moça (1965), de Joaquim Pedro de Andrade 

Serras da Desordem (2006), de Andrea Tonacci 

Santiago (2007), de João Moreira Salles 

O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969), de Glauber Rocha 

Tropa de Elite 2 – O Inimigo Agora é Outro (2010), de José Padilha 

O Invasor (2002), de Beto Brant 

Todas as Mulheres do Mundo (1967), de Domingos Oliveira 

Matou a Família e Foi ao Cinema (1969), de Julio Bressane 

Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976), de Bruno Barreto 

Os Cafajestes (1962), de Ruy Guerra 

O Homem do Sputnik (1959), de Carlos Manga 

A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral 

Sem Essa Aranha (1970), de Rogério Sganzerla 

SuperOutro (1989), de Edgard Navarro 

Filme Demência (1986), de Carlos Reichenbach 

À Meia-Noite Levarei Sua Alma (1964), de José Mojica Marins 

Terra Estrangeira (1996), de Walter Salles e Daniela Thomas 

A Mulher de Todos (1969), de Rogério Sganzerla 

Rio, Zona Norte (1957), de Nelson Pereira dos Santos 

Alma Corsária (1993), de Carlos Reichenbach 

A Margem (1967), de Ozualdo Candeias 

Toda Nudez Será Castigada (1973), de Arnaldo Jabor 

Madame Satã (2000), de Karim Ainouz 

A Falecida (1965), de Leon Hirzman 

O Despertar da Besta – Ritual dos Sádicos (1969), de José Mojica Marins 

Tudo Bem (1978), de Arnaldo Jabor (1978) 

A Idade da Terra (1980), de Glauber Rocha 

Abril Despedaçado (2001), de Walter Salles 

O Grande Momento (1958), de Roberto Santos 

O Lobo Atrás da Porta (2014), de Fernando Coimbra 

O Beijo da Mulher-Aranha (1985), de Hector Babenco 

O Homem que Virou Suco (1980), de João Batista de Andrade 

O Auto da Compadecida (1999), de Guel Arraes 

O Cangaceiro (1953), de Lima Barreto 

A Lira do Delírio (1978), de Walter Lima Junior 

O Caso dos Irmãos Naves (1967), de Luís Sérgio Person 

Ônibus 174 (2002), de José Padilha 

O Anjo Nasceu (1969), de Julio Bressane 

Meu Nome é... Tonho (1969), de Ozualdo Candeias 

O Céu de Suely (2006), de Karim Ainouz 

Que Horas Ela Volta? (2015), de Anna Muylaert 

Bicho de Sete Cabeças (2001), de Laís Bondanzky 

Tatuagem (2013), de Hilton Lacerda 

Estômago (2010), de Marcos Jorge 

Cinema, Aspirinas e Urubus (2005), de Marcelo Gomes 

Baile Perfumado (1997), de Paulo Caldas e Lírio Ferreira 

Pra Frente, Brasil (1982), de Roberto Farias 

Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia (1976), de Hector Babenco 

O Viajante (1999), de Paulo Cezar Saraceni 

Anjos do Arrabalde (1987), de Carlos Reichenbach 

Mar de Rosas (1977), de Ana Carolina 

O País de São Saruê (1971), de Vladimir Carvalho 

A Marvada Carne (1985), de André Klotzel 

Sargento Getúlio (1983), de Hermano Penna 

Inocência (1983), de Walter Lima Jr. 

Amarelo Manga (2002), de Cláudio Assis 

Os Saltimbancos Trapalhões (1981), de J.B. Tanko 

Di (1977), de Glauber Rocha 

Os Inconfidentes (1972), de Joaquim Pedro de Andrade 

Esta Noite Encarnarei no Teu Cadáver (1966), de José Mojica Marins 

Cabaret Mineiro (1980), de Carlos Alberto Prates Correia 

Chuvas de Verão (1977), de Carlos Diegues 

Dois Córregos (1999), de Carlos Reichenbach 

Aruanda (1960), de Linduarte Noronha 

Carandiru (2003), de Hector Babenco 

Blá Blá Blá (1968), de Andrea Tonacci 

O Signo do Caos (2003), de Rogério Sganzerla 

O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias (2006), de Cao Hamburger 

Meteorango Kid, Herói Intergalactico (1969), de Andre Luis Oliveira 

Guerra Conjugal (1975), de Joaquim Pedro de Andrade* 

Bar Esperança, o Último que Fecha (1983), de Hugo Carvana* 



*Empatados na última colocação, com o mesmo número de pontos 

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